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Dois dias após o anúncio do fim do time adulto do Osasco, o presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), Ary Graça, garantiu que foi procurado por empresas com interesse em patrocinar equipes da Superliga. Segundo o dirigente, a palavra crise não pode ser usada para diagnosticar a situação do campeonato.

"O fim do Osasco é um fato consumado. Eu lamento, mas o mundo continua. A fila anda. Eu não diria que há muita procura dos patrocinadores, mas tenho opções firmes. Eu esperava que viessem falar comigo só daqui a um mês ou dois, mas o segundo dia teve movimentações enormes. Alguns já vieram me perguntar quanto custa, como faz para entrar", disse o presidente na sede da CBV.

Ary Graça citou que há interesse de um clube do Rio de Janeiro e de uma prefeitura de São Paulo para entrar na próxima edição da Superliga. Segundo ele, estes já estariam "mais ou menos acertados". Quanto à possibilidade de o Botafogo adotar o elenco do Osasco, o presidente desconversou.

"Eu diria que você, de repente, está atirando no que vê e acertando no que não vê", afirmou.

Questionado sobre a entrada de outros clubes do Rio na Superliga Masculina, o dirigente voltou à pergunta inicial.

"Por que não pode ser o Botafogo?"

Após ouvir que o próprio coordenador de esportes olímpicos do Alvinegro, Miguel Ângelo da Luz, teria dito que estaria negociando apenas com o vôlei feminino, Ary Graça ficou em silêncio por um momento e depois retrucou.

"Vamos ver o que acontece no futuro. Precisamos primeiro confirmar as coisas para não errar o tiro. Vamos esperar um pouquinho."

Desemprego não é opção

Com o fim do Osasco e a saída do principal patrocinador do Brusque, as opções de equipes de alto nível para as jogadoras brasileiras se reduziram. Porém, Ary Graça acredita que não há motivo para pânico.

"A palavra desemprego é totalmente inadequada, porque nesse período que encerra a Superliga, as atletas estão saindo de férias. Elas estão desempregadas porque essa fase do ano é destinada a negociações. Daqui a dois ou três meses, as coisas se acertam. A vida inteira foi assim. Como o vôlei não paga por mês, mas por temporada, ninguém se prejudica em nada", disse o presidente.

Sobre o ranking de pontuação das atletas, outro fator que pode movimentar o mundo do vôlei, o dirigente afirmou que terá uma reunião na próxima segunda-feira para discutir este e outros assuntos com o Comitê Estratégico, formado pelos presidentes dos clubes e dirigentes da CBV.

Criado pela confederação, o sistema de pontos distribui uma cotação variável que vai de um a sete para cada jogador, com base em sua carreira e em seu desempenho nas últimas temporadas. As equipes podem inscrever, no máximo, dois atletas de nível sete.

"Os presidentes dos clubes que decidem o que fazer. Eu não voto, eu veto. Eles irão decidir se querem fazer uma mudança ou não. Eu, pessoalmente, acho que é muito prematuro fazer qualquer alteração no sistema. Para mim, esperaria um pouco. Mas vamos ver se eles estabelecem um ranking da conveniência dos jogadores para que fiquem no Brasil."

Sobre a possível evasão das atletas para o exterior, Ary Graça não acredita que deverá acontecer.

"Vamos encarar as coisas de uma forma pragmática, isso é mercado. Mas eu acredito que lá fora a crise é maior que a nossa. Então, acho que poucas devem sair, podem ficar por aqui mesmo."

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