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Lágrimas nos olhos, bandeira do clube amarrada como uma capa de super-herói e felicidade de criança que acaba de receber um presente. Nesse estado de êxtase, o sempre discreto Beto extravasou a alegria de ser campeão pela primeira vez na carreira. Ontem, foi o responsável por levantar o troféu do Paraná no Pinheirão.

"É uma emoção muito grande, principalmente pela dificuldade que encontramos. Até chegaram a duvidar da gente. Mas acreditamos sempre, confiamos uns nos outros e fizemos por merecer essa conquista que dedicamos à torcida", desabafou.

Aos 33 anos, o volante teve papel decisivo na campanha tricolor. Com serenidade inata, serviu de conselheiro dentro do grupo, transmitindo sua experiência aos mais novos.

Ele sabe ouvir, mas não tem medo de cobrar, até com rispidez se for preciso. "Tem de saber a hora e a dose certas", diz.

Os anos de estrada também ganharam valor quando a bola rolou. Mesmo atuando como volante, marcando firme e protegendo bem a defesa, o camisa 7 se destacou pela forte presença ofensiva. Inesperadamente, virou a referência no meio-de-campo, criando as jogadas de ataque ao mesclar velocidade e visão de jogo. Esteve tecnicamente impecável.

A explicação para o grande campeonato que fez está na maturidade. Palavra do próprio atleta.

"Com ela, aprendemos a diminuir os erros e, conseqüentemente, a aumentar a quantidade de acertos", resume o capitão do sétimo título estadual da história paranista, se esquivando, porém, de responder se vive sua melhor fase.

Das 20 partidas do Tricolor neste ano, ele participou de 16. Uma delas simbolizou sua brilhante atuação na competição.

Foi em Toledo, contra o time da casa, no fechamento do primeiro turno. Da entrada da área, ele dominou no peito e bateu de bicicleta. Meio desajeitado, é verdade, mas um belo gol assim mesmo. A bola encobriu o goleiro, que reagiu em câmera lenta, e tocou na trave antes de entrar. Capitão, líder, marcador, armador e, quando preciso, artilheiro. Esse é Beto na versão 2006, a de campeão.

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