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De volta à pista: Felipe Massa considerou o F60 mais fácil de guiar que seu antecessor | Jose Jordan/AFP
De volta à pista: Felipe Massa considerou o F60 mais fácil de guiar que seu antecessor| Foto: Jose Jordan/AFP

Schumacher, um menino com seu brinquedo novo

Folhapress

Empolgado como "um menino com seu brinquedo novo", em suas próprias palavras, Michael Schumacher, 41 anos, voltou on­­tem oficialmente à F-1 e, pelos tem­­­pos anotados no primeiro dia de testes para o Mundial de 2010, mostrou que está tão competitivo quanto antes. "Foi como nos ve­­lhos tempos", derreteu-se o sisudo Ross Brawn, chefe do alemão na Mercedes e com quem já conquistou títulos em suas passagens por Benetton e Ferrari.

O motivo de tanta empolgação foi o desempenho do heptacampeão. Depois de observar o trabalho do companheiro, Nico Rosberg, pela manhã, Schumacher assumiu o volante do W01 – exibido pela primeira vez ontem – e precisou de apenas 17 voltas para cravar um tempo melhor.

"Eu me senti muito confortável no carro e tudo fluiu de maneira bem natural", falou o alemão, que havia guiado um F-1 atual pela última vez em abril de 2008, em testes pela Ferrari.

"Tive a mesma sensação do início da minha carreira, em 1991, quando, na primeira volta, eu pensei: ‘Nossa, isso é muito rápido!’. E aí, na segunda, eu estava extremamente empolgado", completou Schumacher.

O único momento de estranheza para o alemão após mais de três anos aposentado foi ao ver Felipe Massa na pista. "De repente eu vi meu carro antigo do meu lado... Foi estranho."

  • Michael Schumacher – de vermelho, só o capacete

Se a temporada passada foi bastante difícil para Felipe Massa e a Ferrari, por causa do acidente do piloto e a pouca competitividade do modelo F60, o primeiro treino com o carro de 2010, ontem, em Va­­lencia, na Espanha, sugere que a deste ano pode ser promissora.

"O carro é mais fácil de guiar, de ser acertado, constante, confiável, tem boa aderência, enfim, é muito cedo, mas é sempre bom começar na frente", disse Massa, autor do melhor tempo no circuito Ricardo Tormo, com 1min12s574.

Foi a primeira vez que o brasileiro participou de uma sessão co­­­le­­tiva da categoria desde 25 de ju­­lho do ano passado, quando sofreu um grave acidente no treino classificatório para o GP da Hungria.

Sete equipes utilizaram o primeiro dos 15 dias possíveis de treino pelo regulamento antes de o campeonato começar, dia 14 de março com o GP de Bahrein: Fer­­rari, McLaren, Mercedes, Renault, Williams, Toro Rosso e Sauber. O público correspondeu: as arquibancadas sobre a área dos boxes estavam lotadas, sob a temperatura que variou de 10 a 12 °C.

A grande atração do dia foi a volta, agora na Mercedes, de Mi­­­cha­­el Schumacher à Fórmula 1 de­­­pois de abandoná-la no GP do Brasil de 2006. Mas quem surpreendeu foi a Ferrari. "Não esperava um dia tão produtivo", falou Massa, sorridente. "Não tivemos um único problema na primeira vez que o carro foi para a pista, completei 102 voltas. No ano passado, já na estreia o F60 nos criou dificuldades, além de não ser equilibrado, o que não é o caso do mo­­delo deste ano", explicou o piloto.

Hoje ele volta a trabalhar com o F10. No fim da sessão que começou às 10 horas e acabou às 17, com apenas uma interrupção a 15 minutos do fim, Massa e Schu­­ma­­cher travaram uma batalha no lento traçado de 4.005 metros. "É estranho ver o Schumacher com um carro prateado. Eu o passei duas vezes e ver o seu capacete vermelho num Fórmula 1 que não é vermelho...", comentou Massa.

Prudente, lembrou que com a proibição de reabastecer de gasolina, este ano, a enorme variação de combustível no tanque pode mascarar completamente os resultados. Deu a entender não acreditar na segunda melhor marca do dia, estabelecida por Pedro de la Rosa, com a Sauber, 1min12s784 (74 voltas). Schumacher registrou o terceiro tempo, 1min12s947 (40). A maioria treinou com 80 ou 90 quilos de gasolina, valor médio esperado durante as corridas este ano.

Rubens Barrichello realizou o primeiro teste com o time em que sempre desejou pilotar, a Williams. "É tudo muito diferente no carro com essas novas regras. Vamos es­­­tar a maior parte do tempo muito pe­­­­sados", explicou. Deu 75 voltas com o mo­­delo FW32. "Nosso maior problema é a forte tendência de sair de frente, causada principalmente pelos pneus 3 cm mais estreitos es­­­­te ano. É algo que temos de trabalhar."

Uma pane elétrica no acelerador o deixou parado no fim do dia, único problema dentre todos os carros novos. Rubinho ficou com o sexto tempo, 1min14s449. Hoje ele volta a pilotar o FW32.

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