• Carregando...

Imbituba, SC – Há várias respostas para a mesma pergunta. Ninguém, contudo, pode dar certeza do que diz. Citam vários nomes, mas não há nenhuma unanimidade. A pergunta é: quem irá tomar o lugar de Kelly Slater se o octocampeão decidir realmente se aposentar pela segunda vez do circuito mundial?

Se o entrevistado é obrigado a responder, os nomes mais comuns são os dos australianos Joel Parkinson, Taj Burrow, Mick Fanning e, claro, do havaiano Andy Irons. Mas se tem mais liberdade, a reposta é invariável: ninguém. Isso se a opção de Slater for a de parar já em 2007.

"Há vários surfistas em um nível excelente. Mas se alguém quiser tomar o lugar de Kelly Slater terá de ser bom não apenas nas ondas, mas também fora delas. O Kelly é um surfista diferenciado, é um cara que analisa seus adversários e traça uma estratégia diferente para cada um deles", afirma Renato Hickel, o gerente dos árbitros da ASP Internacional. Ele complementa: "Slater é famoso por instigar a derrota no adversário".

No circuito o surfista americano é conhecido por, ao descobrir quem irá enfrentar em sua bateria, ir procurá-lo, falar com o adversário, elogiá-lo dependendo do caso ou mesmo insultá-lo se achar que é necessário. A mesma estratégia que utiliza dentro da água.

Um dos exemplos mais clássicos dessa tática está nos confrontos que Slater teve com o australiano Luke Egan, que se aposentou no ano passado. Na história dos confrontos entre os dois, Egan venceu quatro e perdeu apenas um. Com 20 anos de experiência no WCT, toda vez que sabia que iria enfrentar Slater Egan se escondia, e na água procurava ficar longe do adversário.

Aliás, Kelly tem várias outras derrotas individuais. Para Mick Fanning, por exemplo, perde por 5 a 1. Mas, no geral, é imbatível, basta ver o número de títulos.

"Eu acho que conseguirei chegar ao nível de surfe do Kelly Slater, só não sei se vou conseguir ganhar tantos títulos", opina o próprio Fanning, surfista que há algum tempo é apontado como revelação, está sempre no topo, mas ainda não conseguiu o título.

Na opinião de Xandi Fontes, diretor de prova do Nova Schin Festival, o que pode estar faltando para essa nova geração despontar definitivamente é um troféu do circuito.

"O Slater é uma coisa especial, como um Ayrton Senna, não aparece com freqüência. Hoje, quem está mais perto dele é o Andy. O Mick Fanning e Joel Parkinson são promessas que às vezes só precisam ganhar um título mundial para quebrar a barreira", avalia.

A aposentadoria de Kelly Slater ainda é boato. Assim como a história de que ele poderia vir ao Brasil para participar de uma exibição. O supercampeão preferiu emendar a viagem aos Estados Unidos para o casamento de sua mãe com alguns dias de férias.

Nos últimos meses, um outro comentário sobre o surfista se juntou às especulações. A Quiksilver, o patrocinador do surfista, teria oferecido US$ 10 milhões para o número 1 conquistar dez mundiais. Com a fama de pão duro que Slater tem...

"Por isso eu acho que ainda vamos ter de aturar ele no mínimo por mais dois anos", brinca Adriano Souza, o Mineirinho.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]