
Paratiba deixa saldo real pior que o oficial
O primeiro clássico depois do lançamento da campanha da prefeitura contra o vandalismo ficou no meio termo. Os incidentes registrados não foram tão grandes quanto no Atletiba de 1º de fevereiro, mas mostraram que a falta de civilidade de alguns torcedores ainda vai dar muita dor de cabeça.
Depoimento: "Não para, senão a gente morre"
A polícia paranaense não sabe o óbvio: dia de jogo é dia de "treta". Por "treta", entenda-se tudo o que um bando de marginais torcedores de um ou outro time pode ser capaz de fazer quando se reúne roubos, violência física, vandalismo ou, em geral, a combinação dos três.
Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva envia hoje ao Congresso Nacional um projeto de lei que prevê punições mais pesadas para quem cometer atos de violência em estádios de futebol e arredores. A proposta também sugere penas de prisão para cambistas e para quem tentar manipular resultados dos jogos.
Até agora, a maior reclamação de promotores e policiais que trabalham no combate à violência nos estádios era a falta de uma legislação específica para esse tipo de problema. Mas um pacote de medidas para resolver tal situação foi anunciado ontem, em Brasília, pelos ministros do Esporte, Orlando Silva, e da Justiça, Tarso Genro.
Pela nova legislação do Estatuto do Torcedor, árbitros ou auxiliares que forem flagrados em manipulação de resultados serão punidos com até seis meses de prisão e multa. "Fere o fair play e o consumidor que pagou ingresso para o jogo", explicou o ministro Orlando Silva, ao justificar a adoção de penas mais duras para essas infrações.
O projeto também prevê obrigações para as torcidas organizadas. A intenção do governo é torná-las "pessoas jurídicas de direito privado". Na prática, as uniformizadas serão responsabilizadas civilmente pelo comportamento de seus associados assim, terão de arcar com os prejuízos que seus sócios causarem em estádios ou em até cinco quilômetros de distância.
Outra mudança prevista é que as torcidas uniformizadas terão de manter um cadastro atualizado de todos os seus integrantes. Antes de cada jogo, o Ministério Público vai enviar uma lista dos torcedores impedidos de irem aos estádios. "Não queremos criminalizá-las, mas sim trazê-las para a legalidade", afirmou o ministro do Esporte.
Na verdade, o projeto de cadastramento pretende ser mais amplo. O governo quer cadastrar todos os torcedores que frequentam estádios no Brasil. Eles teriam um cartão magnético, que seria apresentado na entrada do estádio como esse documento teria a impressão digital de seu portador, dificultaria a transferência a outro torcedor e impediria a ação de cambistas.
Nem Orlando Silva e nem Tarso Genro souberam detalhar como será feito esse cadastramento de todos os torcedores. Mas os dois ministros garantiram que os trabalhos começam no segundo semestre deste ano e que será possível se cadastrar gratuitamente pela internet os menores de 16 anos, em princípio, estariam livres da medida.
Na hora de punir, o novo Estatuto do Torcedor prevê pena de até dois anos e mais multa para os torcedores que praticarem atos de violência ou portarem objetos perigosos em estádios ou arredores a punição também inclui afastamento dos estádios por até três anos. Para os cambistas, a intenção do projeto é punir com até dois anos de prisão (e mais multa) quem for flagrado.
O pacote de medidas também prevê a exigência de mais laudos técnicos para a liberação de estádios para a realização dos jogos.
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Interatividade
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