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Com aparência de estratégia de marketing, o projeto de lei que criaria a Arena Copel é vista com ceticismo dentro da própria empresa de energia elétrica e como manobra política para assegurar a Curitiba o status de subsede da Copa de 2014.

A proposta do líder do governo estadual na As­­sembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli (PMDB), pede autorização para que a companhia firme contrato de concessão de direito de nome – naming rigths – com o Atlético. Em contrapartida, a estatal investiria R$ 40 milhões para a reforma no estádio.

Em nota, o diretor presidente da Copel, Ronald Ravedutti, afirmou não existir estudo ou proposta em andamento com tal objetivo. Caso o projeto vire lei, a efetivação do contrato não deve ser firmado com facilidade. "A Copel [...] está submetida às disposições da Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica)", lembra.

O governador Orlando Pessuti (PMDB) declarou ontem, em entrevista à Rádio CBN Curitiba, achar a proposta pouco exequível. "A concessão do potencial construtivo é uma solução mais prática, sem a liberação de recursos públicos", afirmou.

O especialista em marketing esportivo Amir Somoggi destaca que o investimento em naming rights não é o plano de ação mais usual para uma empresa pública, monopolista e de tradição, como a Copel, buscar publicidade. "O conceito é útil para empresas que ingressam no mercado: vincula um nome novo a um já conhecido. Mas os R$ 40 milhões que a Copel poderia bancar é pouco", analisa.

Para o deputado Tadeu Veneri (PT), o projeto é fora de propósito. "Uma estatal pode patrocinar um esporte para promovê-lo. Mas não investir em reforma de um estádio", protestou.

Romanelli sustenta que sua proposta visa acabar com o "enrolation" sobre a fonte de investimentos na Arena. "Todo mundo fala, mas ninguém faz. Não basta ter R$ 450 milhões em obras programadas para Curitiba se não há dinheiro para o estádio", disse. Tempo de contrato, repasse de verba pública a estabelecimento privado são considerados pelo deputado "detalhes a serem debatidos".

Ontem, o presidente do Atlético, Marcos Malucelli, afirmou à reportagem da Gazeta do Povo desconhecer a proposta da Arena Copel, que asseguraria parte dos R$ 130 milhões necessários para as obras. Mas gostou da ideia. "Se for aprovada como lei, não é o Atlético que vai se voltar contra a proposta."

O presidente do Paraná, Aquilino Romani, discorda. "Se é para investir dinheiro público, seria mais coerente que fosse no Pinheirão", disse. Já Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do Coritiba, questiona a validade legal. "Não sou especialista em Direito Constitu­­cional, mas, como coloca dinheiro público em projeto particular, acho que é um projeito que já nasceu morto. Mas, se for aprovado, vamos buscar o mesmo benefício", garantiu.

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