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Wanderlei Silva se cercou de yoga, trabalho psicológico e ajuda espiritual para encontrar seu algoz. A edição de encerramento do Pride, o famoso evento de vale-tudo do Japão, terá como uma das principais lutas a revanche entre o curitibano e o carioca Ricardo Arona. O combate está previsto para as 7 horas de amanhã (horário de Brasília).

A preparação extra-ringue foi a alternativa de Wanderlei para digerir um grande baque. Há quatro meses, o lutador enfrentou Arona no Pride GP, torneiro que reúne os melhores da categoria – no caso, os médio, até 93 quilos. Mas, apesar do favoritismo, ele foi derrotado pelo adversário e perdeu uma invencibilidade de cinco anos no evento.

A decepção foi ainda pior pela provocação anterior ao duelo graças à rivalidade entre as duas academias defendidas pelos atletas: a paranaense Chute Boxe, com origem no muy thai, e a carioca Brazilian Top Team, especialista em jiu-jítsu.

Após alguns ataques verbais vindos do Rio de Janeiro, Wanderlei havia prometido calar a boca do adversário na porrada. Precisou se contentar com a vingança por tabela de Maurício Shogun. O colega de academia arrasou com o Arona na grande final e ficou com o cinturão.

"Na última luta faltou concentração e ele acabou tendo um resultado ruim. Por isso no dedicamos, além dos treinos normais, a essa parte de preparação mental. É uma luta que envolve muito o lado emocional por causa da rivalidade", explicou Rudimar Fedrigo, um dos treinadores e donos da Chute Boxe. Nesse processo foram incluídas as aulas de yoga e a ajuda de pastores evangélicos da igreja freqüentada pelo lutador.

"Treinei bastante e me preparei muito bem em todos os sentidos, pois é uma das lutas mais importantes da minha carreira. É a hora de dar a volta por cima, estou devendo isso aos meus fãs. Dessa vez tenho que lutar bonito e dar show", espera o lutador. "Aonde ele vai é cobrado para reverter aquele resultado e se preparou para conseguir isso com um nocaute", disse Fedrido. Na última luta Wanderlei perdeu por pontos.

A necessidade de um bom desempenho não é apenas para dar o troco ao oponente. "Espero me apresentar o melhor possível. O Pride está brigando pela audiência neste fim de ano. No ano passado nós ficamos atrás do K-1 (outro importante evento de lutas) e neste ano os organizadores falaram que quem se apresentar mal está ferrado", comentou.

A exigência é resultado do alto investimento. Uma vitória pode render cerca de US$ 500 mil aos atletas de ponta como o curitibano – ele tem contrato de exclusividade e só luta no tormeio nipônico.

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