• Carregando...
Saiba mais sobre os cinco dias da tradicional disputa |
Saiba mais sobre os cinco dias da tradicional disputa| Foto:

Para novatos, tour e emoção

Primeira prova do calendário off-road do ano, o Transparaná reúne participantes de vários estados como um début da temporada. É também uma chance de iniciação nas trilhas, garantida pela categoria Turismo. Sem cronometragem e passagens por pontos turísticos, os estreantes desfrutam do principal raid do estado com menos riscos e mais atrações.

A oportunidade seduziu a dona de casa Rosângela Regina Pereira, 42 anos, e o marido, o empresário Luiz Horácio Della Zuana, 55. Eles receberam o convite do piloto e amigo Fernando Neumann, responsável por puxar o comboio da Turismo e aceitaram o desafio.

"Não temos a menor ideia do que vamos encontrar. Ele nos mandou vários e-mails explicativos. Mas estávamos viajando e alguns só vimos na última hora", contou Rosângela.

Para piorar, um carro bateu na garagem da casa dela, emperrando o portão e deixando a Ranger 4x4 presa às vésperas da disputa. "Tivemos de instalar às pressas o rádio, equipamentos de segurança e outros itens exigidos", explicou ela.

Uma certa intimidade com a lama vem da fazenda em Mato Grosso, onde mora a família de Rosângela. Fora isso, tudo será uma surpresa. "Nossa intensão era fazer uma viagem de casais. E o programa agora será o rali, de Guaíra a Piraquara", comentou a dona de casa, recém-promovida a navegadora, que nem começou o Transparaná e já paneja voltar em 2011.

Já experientes, o piloto Ricardo Barra e o navegador Ronald Leis participarão da competição pela segunda vez, na categoria principal, a Master. "Aprimoramos vários fundamentos de pilotagem e navegação, que certamente farão a diferença agora", disse o piloto.

"Desde novembro passado, não participamos de um rali. O Transparaná é muito forte e atrai participantes de todas as regiões do Brasil, tornando o nível técnico extremamente elevado. É um começo de temporada de ‘gente grande’", completou Leis. (ALM)

  • A dona de casa Rosângela e o marido vão colocar a Ranger na lama

A meteorologia prevê pancadas de chuva e trovoadas hoje e amanhã em Guaíra, Oeste do estado. Um começo e tanto para o Transparaná 2010. O clima chuvoso, que castiga vários estados neste verão, é o ideal dos organizadores e participantes do maior raid de regularidade do país, com início neste domingo, às 20 horas, com a largada promocional. Nesta segunda, às 8 horas, os 75 competidores partem oficialmente para cerca de 1.500 quilômetros do Oeste do estado até Piraquara. A 16.ª edição da tradicional disputa termina sexta-feira.

"Para nós, quanto pior, melhor", comemorou a presidente do Jeep Clube do Paraná, Sali Morais Vercesi, conhecida como Tida. Mais chuva significa mais barro, lama, derrapagens, emoção e risco. Uma ameaça que não incomoda a organização.

"A segurança é a nossa prioridade. Fazemos a orientação aos pilotos e a vistoria nos itens obrigatórios. Há o controle de velocidade. Quem passar dos 70 km/h está desclassificado. Cuidamos até para não servirem bebidas alcoólicas nas paradas de almoço. Um gole que seja,está fora", explica ela.

Tudo para preservar o histórico das 15 edições anteriores sem incidentes graves. Além, claro, das avarias naturais a quem desafia o improvável trajeto nas trilhas intransitáveis.

O retrospecto é bom a ponto de o único episódio citado pelos organizadores durante a entrevista ser um ataque de abelhas a uma equipe que errou o percurso e passou perto de um apiário na região de Campo Largo, há alguns anos. Nada grave.

Poderia ser diferente, não fosse o rigor adotado na prova e comprovado em 2009. Um acidente na última edição acabou com o sonho do tricampeonato de Gilberto Ruppenthal. Um caminhão que trafegava na PR 160, próximo a Telêmaco Borba, derrapou em uma curva passou, para a pista contrária e bateu na lateral de outro caminhão, antes de chocar-se de frente com a Mitsubishi Pajero do gaúcho de Três Coroas.

"Foi graças às exigências de segurança da prova que eu e o navegador Tiago Poisi saímos vivos dessa e porque estávamos de capacete e cinto de segurança. O carro tinha todos os equipamentos de segurança que o regulamento da prova exige e foram checados no dia da vistoria", contou o piloto.

As médias de velocidades (de 40 km/hora, com máximas de 60 km/h) e reduções em curvas, erosões, valetas, lombadas, bueiros, pontes e povoados foram criadas tanto para evitar danos aos veículos, quanto para dar segurança aos competidores e comunidades.

Outro quesito em alta no Transparaná é a preservação ambiental. Após definidas as trilhas, um minucioso acompanhamento foi realizado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP).

"Preservar os caminhos por onde passam os competidores sempre foi uma preocupação do Jeep Clube, já que o raid passa por muitas estradas naturais, mananciais e trilhas históricas", afirmou Tida. Até a região de uma reserva indígena, próxima a Guarapuava, fará parte do trajeto – com acesso devidamente autorizado.

O Transparaná de 2010 será um misto de rali e raid, predominando as trilhas mais leves e rápidas, com ênfase na regularidade. "No rali, o percurso é menos acidentado e é possível impor mais velocidade. No raid, as trilhas são mais fechadas e irregulares. As planilhas vão exigir bastante atenção. Diria que é uma disputa onde vale 40% a pilotagem e 60% a navegação", definiu o diretor da prova, Luiz Borges.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]