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Nova Santa Bárbara – Uma cidade do interior do Paraná torcerá fervorosamente pelo Quênia na corrida de São Silvestre 2005, tradicional evento esportivo de encerramento do ano – amanhã, às 15h15. Afinal, Nova Santa Bárbara, próxima de Londrina, terá nove "filhos" disputando a prova mais importante do Brasil. Filhos adotivos, a bem da verdade, mas nem por isso menos queridos. Durante o percurso de 15 km, o grupo de atletas vindos do Quênia que treina no pequeno município, terá o apoio de seus 4 mil habitantes, na briga pelo reconhecimento no esporte e os R$ 110 mil distribuídos em premiação.

São seis homens e três mulheres integrantes do projeto que começou há cerca de três anos. Todos vindos do maior celeiro de corredores do mundo, um pobre país localizado na África Oriental. Atletas de ponta que optaram por se preparar no Brasil graças à obstinação de Moacir Marconi – o Coquinho, ex-maratonista e agora treinador – que com a ajuda da prefeitura local e da empresa multinacional de material esportivo Fila, conseguiu transformar o município de Nova Santa Bárbara num forte pólo de preparação.

Uma vitória no sábado será o coroamento desse trabalho, além da projeção definitiva para decolar de vez. "É um sonho meu que está próximo de se tornar realidade", acredita o técnico. E a grande esperança de alcançar os louros da vitória está depositada nos pés de Lawrence Kiprotich, um dos principais favoritos no masculino, 1.º colocado na Volta da Pampulha, em Belo Horizonte, em 2004. "Estou confiante e acredito que posso vencer a prova", sentencia o competidor. As três mulheres da turma, Anne Bererwe, Margaret Toroitich e Josephine Kimayo, também têm chances reais de sucesso. Completam o time de Nova Santa Bárbara na São Silvestre: Elijah Yator, Charles Korir, Cyrus Kataron, Mathew Cheboi e John Chemisto.

Desde que deixou as pistas, onde esteve por 25 anos, Coquinho passou a correr atrás desse projeto de agenciamento e revelação de talentos, batizado de "Esporte e Educação", batendo nas portas das prefeituras para tentar encampá-lo. Londrina, sua terra natal, era a prioridade, mas não demonstrou interesse na idéia. Até que em 2002, Julio Bittencourt, prefeito de Nova Santa Bárbara, sinalizou com uma ajuda mínima. Foi o necessário para que o treinador optasse pela cidade para servir de base para o empreendimento.

"Ele (o prefeito) ajuda quando precisamos de alguma coisa, um carro, uma fisioterapeuta, cedeu um terreno para a construção da pista, tudo dentro do possível", aponta Coquinho. Com a sede praticamente organizada – uma imóvel grande e confortável, e que agora conta com uma casa exclusiva para os atletas –, o técnico passou a procurar os corredores, e mirou alto nos quenianos, até então sem espaço no mercado brasileiro. "Eu fui o responsável por abrir as portas da América do Sul para eles", revela. E para que o trabalho ganhasse corpo, Coquinho contou com a ajuda da Fila – empresa da qual é agente – que ficou responsável pelo fornecimento do material esportivo e das passagens de avião.

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