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"Está tudo fechado: em 1.º de fevereiro começo minha carreira no Brasil." Foi assim que o alemão Lothar Matthäus confirmou ontem, em entrevista exclusiva à Gazeta do Povo, o fim da novela da assinatura de seu contrato com o Atlético.

Da África do Sul, onde está há dois dias para cumprir compromissos de promoção para a Copa do Mundo de 2006, ele afirmou ter ficado surpreso com a estrutura do Furacão e estar ansioso para iniciar esse novo desafio de sua carreira. "Fiquei impressionado com a estrutura. O estádio é fantástico e o centro de treinamento é supermoderno. Quero conquistar títulos num futuro próximo", avisou o alemão, recordista de partidas com a camisa da seleção de seu país – 150 vezes no total – e jogador que mais vezes atuou em jogos de Copas do Mundo: 25 vezes.

Matthäus diz não conhecer muito sobre o elenco do Atlético, mas que trabalhará bastante nos próximos dias. "Estou em contato direto com a diretoria. Além disso, tenho contatos mundiais", comentou, aparentemente ansioso com sua estréia no Brasil.

Apesar do bom retrospecto como jogador, o alemão ainda não convenceu como treinador. Tanto que, mesmo com clubes sem técnico em seu país, preferiu aceitar a oferta do Atlético.

Essa será sua quarta experiência como treinador em quatro anos, depois de passagens por Rapid Viena (Áustria), Partizan Belgrado (Sérvia, onde foi campeão nacional em 2003) e pela seleção da Hungria, pela qual teve um desempenho fraco nas eliminatórias para a Copa do Mundo. No grupo 8, o mesmo em que estava a Croácia – adversária do Brasil na primeira fase da Copa do Mundo – ele ficou em quarto lugar, com 14 pontos (quatro vitórias, dois empates e quatro derrotas), atrás dos croatas, da Suécia e da Bulgária e à frente apenas de Islândia e Malta – contra quem obteve os quatro resultados positivos.

De acordo com informações extra-oficiais, seu salário deve girar em torno de R$ 150 mil, menos do que técnicos como Émerson Leão ou Vanderlei Luxemburgo, mas acima do que ele recebia na Hungria. Matthäus disse também ter conversado com Paulo Rink, seu ex-companheiro na seleção alemã na Eurocopa de 2000, mas ainda não sabe se ele será seu assistente. "

O que lhe convenceu a assinar com o Atlético?As enormes possibilidades no clube. O estádio fantástico, o supermoderno centro de treinamento. Além disso, a postura que a diretoria do clube tem. São absolutos cavalheiros e se esforçaram muito para me contratar.

O que você conhece sobre o time?Alguma coisa, mas certamente ainda não o suficiente. Vou me preparar intensivamente nos próximos dias. Mas podem acreditar em mim: tenho contatos mundiais. Conseguirei informações rapidamente. Além disso, estou em contato permanente com a diretoria do clube.

A demissão de 38 treinadores na última temporada no Brasil não te assustou?Não! Em primeiro lugar, sinto que o Atlético é um clube sério. Além disso, sou profissional e sei que nesta profissão ou você obtém sucesso, ou é mandado embora. E ultimamente no Campeonato Alemão muitos treinadores também têm sido demitidos.

E por que você aceitou assumir um clube no Brasil e não um na Alemanha?Essa pergunta tem de ser feita para eles. Houve conversas, mas nunca passou disso. Esse tipo de coisa funciona como um casamento: ambos os lados precisam estar de acordo.

Você já conversou com o clube sobre reforços?Sobre isso ainda não posso falar nada. Primeiro preciso conhecer um pouco melhor o grupo.

É verdade que Paulo Rink será seu assistente?Três dias atrás conversei com ele por telefone, já que ele tem uma história no clube e pôde me contar muito a respeito. Certamente precisarei de alguém que domine o português para me ajudar. Mas se será o Paulo ou outra pessoa, ainda tenho de pensar.

No Campeonato Brasileiro você terá a oportunidade de enfrentar um ex-colega seu dos tempos de Bayern de Munique, o Élber. Você já converseu com ele?Não tive tempo de conversar com ele durante minha rápida passagem pelo Brasil, mas será um prazer reencontrá-lo. Além dele, terei a oportunidade de reencontrar o Jorginho (campeão mundial pelo Brasil em 1994 e técnico do América-RJ).

Olhando para trás, como foi sua passagem por Budapeste?Nos últimos tempos meu nome foi muito maltratado. Quero esquecer isso o mais rápido possível. É claro que fico triste por deixar uma seleção que formei nos últimos dois anos. Claro que sei que perdemos mais jogos do que ganhamos, mas também precisamos ver os fatos: sempre enfrentamos adversários muito fortes e estávamos com uma equipe em formação, repleta de jovens. E hoje em dia, muitos desses jogadores atuam em equipes de renome na Europa.

E quais suas perspectivas em Curitiba?Queremos conquistar títulos e com esse time acredito que isso será possível num futuro próximo.

Carlos Eduardo Freitas e Frank Kohl, especial para a Gazeta do Povo.

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