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A quinta-feira (27) foi o dia que mais rendeu medalhas ao Brasil até aqui no Pan de Guadalajara. Os atletas brasileiros subiram ao pódio 19 vezes, superando a marca do último domingo (23), que era de 12 medalhas.

Foram seis conquistas de ouro, quatro de prata e nove bronzes. Ao todo, o Brasil ultrapassou a marca de cem medalhas (soma 110, sendo 39 ouros) e continua em segundo no quadro geral, seguido de perto por Cuba (tem 96 no total sendo 37 de ouro). Os Estados Unidos estão tranquilos na liderança, com 203 medalhas, 79 delas de ouro.

O atletismo e o judô – com duas medalhas douradas cada – foram as modalidades que mais se destacaram na quinta-feira. O país também comemorou um título inédito no levantamento de peso e o primeiro lugar de Diego Hypólito na disputa do solo da ginástica artística.

Quem perdeu a chance do ouro foi o futebol feminino, que sofreu um revés na decisão para o Canadá nos pênaltis.

Judô 100% e medalha inédita no levantamento

Todos os judocas brasileiros que entraram no tatame em Guadalajara até aqui conseguiram medalhas. O retrospecto foi mantido na quinta-feira com dois ouros e dois bronzes. Favoritos, Tiago Camilo (até 90kg) e Leandro Guilheiro (até 81kg) mostraram amplo domínio em suas respectivas categorias, venceram todas as lutas por ippon e conquistaram a medalha dourada.

Camilo, que conseguiu o bicampeonato Pan-Americano, ressaltou a eficiência do estilo de luta agressivo. "Eu vou sempre em busca do ippon, treino muito e tenho prazer nisso. Estou bem na minha categoria e o objetivo é repetir a vitória nas Olimpíadas de Londres", disse após a vitória.

Prata no Pan do Rio de Janeiro, Guilheiro preferiu destacar a volta por cima depois de ter sofrido uma grave lesão nas costas há quatro anos. "Aquele filme de 2007 passou na minha cabeça. Significa que deixei para trás aquela lesão. É um marco na minha vida. Tive de aguardar quatro anos para tirar isso de dentro de mim", declarou o judoca de maneira emocionada.

Os dois bronzes no judô vieram com as mulheres. Maria Portela, a mais baixinha da categoria até 70 kg, venceu a norte-americana Kathleen Helen Sell na disputa do terceiro lugar. Já Mayra Aguiarprecisou de apenas 28 segundos para vencer a decisão da luta da medalha de bronze, na categoria até 78 kg.

Quem também confirmou o favoritismo foi Diego Hypólito. O ginasta ficou com o ouro na disputa do solo, chegando ao bi em Pan-Americanos. O brasileiro somou 15.800 pontos na disputa final contra 15.625 do chileno Enrique Tomás González. O portorriquenho Alexander Rodriguez faturou o bronze com 14.900.

Hypólito dedicou a vitória a um amigo morto recentemente. "Estou contente pelo resultado. Eu tenho um amigo, o Rodrigo César, que veio a falecer. Um beijo para todos da família. Esta medalha é dedicada a ele", afirmou o campeão.

A ginástica ainda rendeu uma medalha de prata. Arthur Zanetti ficou em segundo na prova individual das argolas. Com a nota 15.600, ele perdeu o ouro por apenas 25 milésimos, atrás do norte-americano Brandon Ross Wynn.

Não acostumado com muitas medalhas, o levantamento de peso brasileiro conseguiu, na quarta, o primeiro ouro em Pan-Americanos. O responsável pelo feito foi Fernando Saraiva Reis, de apenas 21 anos. O halterofilista ficou em primeiro lugar na categoria mais de 105 kg. Ele ainda quebrou duas vezes o recorde da competição no arranque, uma vez no arremesso e outra no combinado, além de ter superado com folga o recorde brasileiro que ele mesmo havia quebrado em abril.

Ouro da musa brasileira

Ana Cláudia Lemos – considerada musa da delegação brasileira em Guadalajara – se recuperou de um resultado ruim na prova dos 100 metros (4º lugar) e conquistou, na quinta-feira, a medalha de ouro na prova dos 200 metros rasos. Na final, ela terminou a prova em 22s76. A marca não supera o recorde pessoal da atleta, de 22s48, mas foi suficiente para garantir o primeiro lugar à cearense. A prata ficou com a jamaicana Simone Facey e Mariely Sanchez, da República Dominicana, levou o bronze.

Nos 200 metros masculino, o Brasil ficou com o bronze. Bruno Lins terminou a prova na terceira colocação com o tempo de 20s45. Sandro Viana, outro brasileiro que esteve na final, completou em sétimo lugar.

O segundo ouro brasileiro do dia no atletismo veio com o fundista Marilson Gomes dos Santos na prova dos 10 mil metros. Soberano desde os quatro quilômetros da prova, ele chegou a dar uma volta na maioria dos competidores, fechando com o tempo de 29min00s64. O Brasil ainda conseguiu o bronze nesta disputa com Giovani dos Santos. A prata ficou com o mexicano Juan Carlos Romero.

Cruz Nonata da Silva conquistou a segunda medalha de prata dela em Guadalajara. A brasileira ficou em segundo lugar na final dos 5 mil metros. Antes, ela já havia repetido o mesmo desempenho na disputa dos 10 mil metros. Na prova de quinta-feira, Cruz ficou a maior parte do tempo no pelotão da frente. Nas voltas finais, no entanto, ela e a mexicana Marisol Romero se destacaram do grupo e acabaram levando a melhor na prova.

No salto triplo, o brasileiro Jefferson Sabino ficou com o bronze. Ele conseguiu a marca de 16,51 metros. A prova teve dois cubanos nos lugares mais altos do pódio. Alexis Copello ficou com o ouro ao fazer 17,21 metros. Yoandriz Betanzos conquistou a prata com 16,54 metros.

Derrota sofrida no futebol

O time brasileiro do futebol feminino tinha a medalha de ouro nas mãos até os 42 minutos do segundo tempo. No entanto, o Brasil sofreu o empate do Canadá e acabou perdendo a final do Pan nos pênaltis. Desta forma, a equipe não conseguiu repetir o ouro do Pan do Rio de Janeiro, em 2007.

Na final, Debinha marcou para o Brasil logo aos 3 minutos do primeiro tempo. Sinclair empatou no fim do tempo regulamentar. Na disputa por pênaltis, a mesma Debinha e Grazielle desperdiçaram para o Brasil, dando o título ao Canadá. O bronze ficou com o México.

"A gente lutou até o final, perdemos, mas lutamos com vontade e muito garra. Infelizmente, não foi desta vez", declarou Maurine após o jogo.

O hipismo conseguiu outra medalha de prata para o Brasil. A equipe - formada por Rodrigo Pessoa (com o cavalo HH Ashley), Álvaro Miranda Neto, o Doda, (Ad Norson), Karina Johannpeter (Srf Dragonfly de Joter) e Bernardo Alves (Bridgit) – teve um desempenho pior apenas do que o time dos Estados Unidos que ficaram com o ouro. O México ficou com o bronze.

Boliche, karatê, canoagem e salto ornamental com bronze

Em um dia com 19 medalhas, o Brasil ainda somou mais quatro bronzes. A canoagem brasileira conquistou a primeira medalha no Pan na categoria K4 1000 metros. A prova foi disputada sob forte neblina na Lagoa Zapotlán el Grande, em Ciudad Guzmán. O quarteto brasileiro fechou o percurso em 3m02s821, atrás apenas de Cuba, medalha de ouro com o tempo de 3m01s061, e do Canadá, com 3m02s653.

O karatê também rendeu um bronze ao Brasil. Wellington Barbosa chegou às semifinais na categoria para atletas com mais de 84kg, mas perdeu por 2 a 0 para o mexicano Alberto Ramirez e ficou com o bronze.

Marcelo Suartz, na disputa individual masculina do boliche, conquistou a medalha de bronze. Ele ficou em terceiro lugar nas semifinais com a pontuação de 585.

O bronze mais comemorado veio na passagem da quarta para quinta-feira. Já na madrugada, horário de Brasília, Cesar Castro conseguiu o terceiro lugar no trampolim de 3 metros dos saltos ornamentais.

O brasileiro já estava conformado com o quarto lugar, pois dependia de uma nota zero de um de seus adversários para chegar ao pódio. E o improvável aconteceu. Na sexta e última tentativa de Drew Livingston, o norte-americano errou o movimento que tentou executar e acabou zerado. Melhor para o brasileiro que saiu da disputa com a medalha no peito. O ouro ficou com o mexicano Yahel Castillo.

Brasil perde no basquete e no pólo aquático masculino

Em sua segunda partida no Pan, a equipe brasileira do basquete masculino decepcionou e perdeu para os Estados Unidos, que participam da competição apenas com atletas da D-League, uma espécie de segunda divisão da NBA.

O Brasil liderou os três primeiros quartos da partida, mas sofreu um apagão no último período, quando perdeu por 32 a 16. A desatenção resultou em derrota por 88 a 77. O jogo ainda ficou marcado por um empurra-empurra nos minutos finais em que os atletas das duas seleções quase partiram para a briga. O time, comandado por Rubén Magnano, volta à quadra já nesta sexta-feira (28) para enfrentar a República Dominicana.

O pólo aquático masculino do Brasil ficou fora da final do Pan-Americano. Diante do favorito Canadá, o time brasileiro abriu 4 a 1 no placar e esboçou uma zebra, no entanto não conseguiu segurar o resultado e acabou perdendo por 8 a 6. Agora, o Brasil vai disputar o bronze com Cuba, que perdeu para os Estados Unidos nas semifinais.

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