• Carregando...

Budapeste, Hungria (AE) – Kimi Raikkonen não se acanhou. Mesmo com o histórico de três abandonos em corridas que liderava, mesmo sofrendo com motores quebrados nas duas primeiras provas do mês, mesmo vendo o companheiro de equipe deixar o GP da Hungria com problema mecânico, o finlandês resolveu acelerar e guiar no limite. E, ontem, funcionou: o piloto da McLaren derrotou as armadilhas de seu carro e obteve a quarta vitória no ano, reabrindo a disputa pelo título. E mais: venceu o dogma da pista de Budapeste de que não dá para vencer largando atrás.

Saindo em quarto no grid, ele abusou do acelerador e da estratégia para bater Michael Schumacher. Contou, ainda, com o abandono de seu companheiro Juan Pablo Montoya. E quebrou, assim, um tabu que durava 16 anos.

Em toda a história do GP da Hungria, só uma vez, em 1989, o vencedor havia largado fora das três primeiras posições do grid. Na ocasião, o inglês Nigel Mansell, então na Ferrari, saiu em 12.º e venceu após um show na pista.

Pole, Schumacher foi o segundo colocado hoje. Ralf, seu irmão, foi o terceiro, estreando no pódio com as cores da Toyota. O olhar de Raikkonen durante a premiação, porém, mirava Fernando Alonso. O espanhol estacionava seu carro junto aos demais e seguia rumo ao caminhão da Renault. Raridade neste Mundial – foi só a terceira vez em 13 GP s–, ontem ele não pontuou.

Agora, a vantagem do espanhol para o finlandês no Mundial caiu de 36 para 26 pontos, faltando só seis etapas. Alonso já não tem mais chances matemáticas de ser campeão na próxima prova, na Turquia. Agora, na melhor das hipóteses, levantará o título na Itália, em 4 de setembro. "Talvez agora as coisas erradas comecem a acontecer com o Fernando. Ainda posso lutar, e é isso que estou fazendo", disse Raikkonen, rosto vermelho, vertendo suor após quase duas horas dentro do carro sob calor de 36 graus.

A "coisa errada" que ocorreu com Alonso foi uma batida logo na primeira curva. Enquanto Schumacher mantinha a ponta e Raikkonen pulava para segundo, superando Montoya e Jarno Trulli, o espanhol acertava a traseira do carro de Ralf. Resultado: teve de parar nos boxes na segunda volta, para trocar o bico, e retornou à pista só em 17.º lugar.

Sem precisar se incomodar com o rival, Raikkonen fez, então, sua corrida. Primeiro, grudou no líder, Schumacher. Como o heptacampeão não abriu brecha, lançou-se numa aposta estratégica.

Quando os dois pararam para o segundo reabastecimento, Raikkonen pôs 26 litros a menos de gasolina. Com isso, seu pit foi 2s2 mais veloz que o do alemão e ele obteve, enfim, a ultrapassagem.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]