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Os jogadores de Coritiba, Atlético, Paraná e dos demais clubes brasileiros terão, hoje, um domingo atípico. O dia tradicionalmente destinado ao futebol será de folga e, em meio ao descanso após a rodada de sábado, atletas e treinadores se juntarão aos 122 milhões de eleitores do país para votar no referendo sobre o comércio de armas e munições.

A exemplo do que ocorre com a população em geral, o tema também dividiu os boleiros – inclusive aqueles que, por morarem longe de seus domicílios eleitorais, vão justificar o voto. E a maioria dos jogadores e técnicos ouvidos na sexta-feira pela Gazeta do Povo é contrária ao desarmamento. Apesar da crítica irrestrita à violência, os elevados índices de criminalidade país afora foram apontados como a causa para que as pessoas possam continuar comprando armas e munições.

"Acho que é um direito adquirido do cidadão. Em algumas regiões do país o poder da polícia não chega e a população tem de ter como se defender. Minha opinião é a seguinte: primeiro desarmem o bandido, depois desarmem a gente", afirmou o técnico do Atlético, Evaristo de Macedo, em um discurso também defendido pelo colega Luiz Carlos Barbieri, do Paraná. "Sou contrário ao desarmamento. E como que fica os trabalhadores rurais? Se na cidade a polícia já demora, imagine no campo. Eles ficarão órfãos de segurança e a tendência é de que as invasões aumentem", explicou o paranista.

Um dos poucos jogadores do trio-de-ferro que vai votar no referendo, o meia curitibano Rodrigo Batata, do Coritiba, revelou que ainda está indeciso, apesar de dizer que provavelmente votará pelo "Não". Para ele, o que for definido pelas urnas hoje não será suficiente para solucionar os problemas de segurança no país.

"Seria muito bom acabar com as armas. Mas sabemos que não vai ser assim com qualquer um dos resultados. Por isso vou acabar votando não. É mais para deixar uma dúvida nos bandidos", afirmou.

Entre os defensores do desarmamento está o volante Rafael Mussamba. Especialista em desarmar os adversários, o jogador do Paraná vêm a proibição ao comércio como um primeiro passo para reduzir a violência.

"Eu pensei muito sobre esse tema nessa semana. Assisti os programas eleitorais e optei pelo desarmamento. Vamos tentar para ver se dá certo. Acho que com menos armas, a tendência é de que a violência também diminua", disse ele, com o apoio do companheiro Edinho.

"Espero que o Brasil queira se desarmar. Uma arma sempre acaba por gerar violência. Quantas histórias a gente não conhece de crianças que pegaram a arma do pai para brincar em casa e morreram? Acho que pelo menos isso irá acabar", afirmou o lateral-esquerdo do Tricolor.

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