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Silverstone - Já se sabia que o tema era complexo – os próprios fabricantes de motor da Fórmula 1 (Mer­­ce­­des, Ferrari, Renault e Cos­­worth) haviam alertado a Fede­­ração Internacional de Auto­­mobilismo (FIA). Estava claro que estabelecer um valor de aceleração para todos não funcionaria. E foi o que ocorreu ontem, depois dos primeiros treinos livres do GP da Ingla­­terra, em Silverstone, realizados sob chuva, quando o australiano Mark Webber (Red Bull) fez o melhor tempo do dia –o brasileiro Felipe Massa, porém, foi o melhor na segunda sessão.

Hoje, será disputada a sessão de classificação, mas, até a noite anterior, não se sabia sob que regulamento.

A FIA ordenou, na prática, o fim do chamado escapamento aerodinâmico a partir da etapa deste fim de semana, ao exigir que todo motor não elevasse mais de 10% sua aceleração quando o piloto retirasse o pé do acelerador. Até a prova de Va­­len­­cia, há duas semanas, cada equipe definia a aceleração de acordo com sua conveniência. Essa aceleração extra au­­tomá­­tica ajudava a gerar pressão ae­­rodinâmica por causa da posição dos terminais dos canos de escape na traseira do carro.

Ocorre que Ross Brawn, da Mercedes, alegou que seu motor utilizava 20% de aceleração em 2009, quando não havia o escapamento aerodinâmico. Uma redução colocaria em risco a confiabilidade do motor alemão. Charlie Whiting, delegado da FIA, acatou o pedido. A Re­­nault fez o mesmo com Eric Boul­­lier, seu diretor. E foi além. Demons­­trou necessitar de 50% a mais de aceleração.

Como Whiting tinha os ma­­pas de gerenciamento dos motores de todos os times em 2009, não lhe restou alternativa a não ser concordar com os pedidos. Aí, a chiadeira foi geral. Uma reunião até tarde da noite de ontem procurou estabelecer parâmetros para as equipes adotarem hoje. O clima do encontro foi tenso. E a decisão final da FIA será anunciada antes da prova de amanhã.

Durante a entrevista dos di­­re­­tores de escuderia, Christian Horner, da Red Bull, e Martin Whit­­marsh, da McLaren, elevaram o tom das declarações, quase soando como acusações.

O fato é que Horner, de re­­pente, passou a elogiar a FIA por "sua isenção", ao concordar com a aceleração de 50% para a Re­­nault, fornecedora de motor da Red Bull. Whitmarsh teve de se contentar com 20% para a Mer­­cedes, pois foi o que pôde provar para o delegado da entidade. Se esse for o desfecho da his­­tória, como parece, todo o carnaval realizado para impor o fim do escapamento aerodinâmico não terá servido para nada. A situação vai ficar exatamente como antes.

Ao vivo

Treino classificatório para o GP da Inglaterra, às 9 h, na RPC TV.

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