• Carregando...
Veja a variação de receita dos clubes do Paraná |
Veja a variação de receita dos clubes do Paraná| Foto:

ENQUETE: Qual o fato mais marcante do Coritiba em 2009?

ENQUETE:Qual o fato mais marcante do Atlético em 2009?

ENQUETE: Qual o fato mais marcante do Paraná em 2009?

ENQUETE: Qual o fato mais marcante do futebol paranaense em 2009?

Uma relação direta entre o desempenho do time em campo e a soma das receitas ao fim de cada ano. É essa a principal constatação tirada do estudo sobre as finanças dos três maiores clubes paranaenses entre 2004 e 2008, elaborado pela Es­­porte Total, divisão da empresa de auditoria Crowe Horwath RCS. Por ainda não estarem fechados, os ba­­lanços deste ano não constam no levantamento.

A relação campo-bolso varia ca­­so a caso. O Rubro-Negro vice-campeão brasileiro em 2004 e da Li­­ber­­tadores em 2005, por exemplo, aproveitou a exposição para vender jogadores, casos de Jadson, Fer­­nandinho e Lima, e fechar o ano com a maior receita do período: R$ 65,8 milhões (correspondente a 53% do bolo arrecadado pelos três clubes durante aquele ano).

No Coxa ocorreu o contrário. O pico de R$ 46,9 mi­­lhões (37% do bolo) foi verificado no mesmo ano, também graças à venda de atletas. Mas a saída de Adriano, Roberto Brum, Fernando, Rafinha e Mi­­ran­­da enfraqueceu o elenco de forma irremediável e o resultado foi o re­­baixamento para a Série B.

Em 2005, o Tricolor representava apenas 10% do total, com receita de R$ 12,9 milhões. Mas o processo era de crescimento. Dois anos depois, embalado pela par­­ti­­ci­­pação na Libertadores, atingiria seu ápice: R$ 24,9 milhões, ou 26%, tomando boa parte da fatia per­­­­dida pelo Coxa após a queda.

O Paraná seria rebaixado na­­quele mesmo ano, fazendo a curva entrar na descendente como a do rival. No Alviverde, aliás, é certa nova queda a partir de 2010. De­­pois de ganhar fôlego ao voltar para a elite no ano passado – vendo a receita saltar de R$ 14,9 para R$ 37,7 milhões –, a volta à Se­­gundona agora será um duro golpe na saúde financeira do clube.

"Não tem jeito. Os clubes brasileiros dependem muito da verba da tevê. Tirando o fenômeno Co­­rin­­thians, que conseguiu faturar até mais na Série B, os outros perdem muito dinheiro ao cair", diz Amir Somoggi, consultor da Cro­­we Horwath RCS.

Sem os benefícios do Clube dos 13, o Paraná viu sua cota cair de R$ 3,6 milhões para R$ 650 mil ao ser rebaixado. Membros da associação, como o Coxa, são atingidos por uma redução de 50% da cota. Considerando um reajuste, os R$ 12 milhões recebidos em 2009 se transformarão em R$ 7 milhões na próxima temporada.

Isso sem falar no fechamento do Couto Pereira, imposta pelo STJD, que influenciará nas receitas de sócios, bilheterias e patrocinadores. "O clube terá de ser muito cria­­tivo. Chamar o público de ou­­tras cidades, vender ingressos para empresas... Além de revitalizar sua marca, que, queira ou não, saiu arranhada", afirma Somoggi.

O Atlético liderou a captação de recursos entre os rivais em todo o período do estudo. Mas viu a curva entrar na descendente a partir de 2006, coincidindo com a queda de produção do time e a falta de bons jogadores para negociar. Em 2008 faturou R$ 21,4 milhões a menos do que o ápice de três anos antes. Ainda assim, 45% do bolo.

Baseado em outro estudo feito pela empresa, Somoggi confirma que os resultados dependem dos investimentos feitos no departamento de futebol. Ele cita São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Inter­­nacional, Grêmio e Cruzeiro como os times que mais gastaram, e venceram, nos últimos anos.

Não é o caso do Atlético. "O clube é tido como exemplo de administração. Mas não disputa títulos. O torcedor deve se questionar o tempo todo ‘até quando teremos a melhor administração, mas ficaremos vendo os outros serem campeões?’", diz o consultor.

Ele aconselha os clubes locais a tomar como exemplo os times gaúchos. "Inter e Grêmio também são de fora do eixo Rio-São Paulo e re­­ce­­­bem uma cota de tevê menor (porém maior do que os paranaenses). Mas encontraram na forte característica regional o caminho para ações que aumentaram suas receitas."

Em 2008, a dupla gaúcha teve participação de 0,10% no Produto Interno Bruto (PIB) do estado. E a tendência é de crescimento. Por aqui, com um clube a mais na so­­ma, a mesma marca foi atingida em 2005. De lá para cá, só caiu, se fixando em 0,06 entre 2007 e 2008.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]