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René Simões reencontrou Pedro Ken, seu comandado na campanha do ac esso do Coritiba, ano passado, que se recupera de uma lesão no joelho direito. | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
René Simões reencontrou Pedro Ken, seu comandado na campanha do ac esso do Coritiba, ano passado, que se recupera de uma lesão no joelho direito.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Clássico quente

Jogadores ídolos nas duas equipes e partidas eletrizantes. O duelo entre Atlético e Flu-minense tem um retrospecto rico e de muita rivalidade.

Ídolos

Assis e Washington

O casal 20 brilhou na campanha do Atlético no Brasileiro de 83 (3º lugar). Logo depois, transferiu-se para o Flu, onde ajudou o clube a conquistar o Nacional de 1984.

Ricardo Pinto

Revelado nas Laranjeiras, foi titular do gol do Flu na primeira metade dos anos 90. No Atlético, virou ídolo. Campeão da Série B em 95, quase morreu no ano seguinte, ao ser agredido por torcedores do time carioca nas Laranjeiras.

Coração Valente

Washington renasceu para o futebol no Atlético e tornou-se o maior artilheiro de uma edição do Brasileiro, em 2004. No Flu, levou o time ao vice-campeonato da Libertadores deste ano.

Duelos

1996 - O Atlético estava embalado, na liderança do Brasileiro. Venceu por 3 a 2 nas Laranjeiras, mas perdeu Ricardo Pinto, atingido na cabeça com um suporte de câmera por um torcedor tricolor. Na última rodada, a torcida atleticana vibrou com a derrota do seu time para o Criciúma, na Baixada, que rebaixou o Fluminense.

1997 - No reencontro após a Batalha das Laranjeiras, na Vila Capanema, o jogo cercado de expectativa de uma possível vingança corre tranqüilamente e termina 0 a 0. Foi o primeiro empate entre os times. O Furacão havia vencido os seis jogos anteriores.

2000 - Na primeira fase da Copa João Havelange, duelo quente na Arena. O Atlético venceu por 1 a 0. No fim do jogo, uma briga iniciada por Fabiano (Atlético) e Jorginho (Flu) acabou com troca de agressões entre radialistas e o estafe carioca.

2001 - Semifinal do Brasileiro, na Arena. O Fluminense sai na frente, mas com três gols de Alex Mineiro, o Furacão faz 3 a 2 e avança à decisão.

2008 - O jogo do primeiro turno do Brasileiro é apimentado pela coluna de um torcedor no site oficial do Atlético, que chamava o time do Flu de "Palhaços do Rio". A diretoria tricolor responde, também via internet. No Maracanã, os cariocas gritam "Time de palhaço" enquanto seu time faz 3 a 0 no Rubro-Negro.

Ele não mudou nadinha. E o local escolhido para o último treino antes da estréia no comando do ameaçado Fluminense não poderia ser mais propício. No CT da Graciosa, que serviu de palco para tantas táticas de motivação de René Simões quando treinava o Coritiba no ano passado, o técnico finalizou ontem pela manhã a preparação do Tricolor carioca para o decisivo jogo com o Atlético, outro ameaçado pelo rebaixamento.

Em pouco mais de uma semana de clube – depois de uma passagem frustrada pela seleção da Jamaica, onde tinha status de ídolo –, ele já incorporou ao repertório diversas frases de efeito. Disse que faz palestras "incomodacionais" aos atletas e até que o time, "que chegou a tocar nas estrelas", está agora com "o pé na cova".

Cedo ou tarde, deve falar também sobre os "fortes e certos" e os "invisíveis" do elenco. Quem sabe, até colocar uma placa nas Laran-jeiras com a frase "Homens trabalhando", assim como fez na campanha do título alviverde da Série B em 2007.

O discurso de ontem, ao seu melhor estilo, evidenciava a responsabilidade com a torcida. "Eu não digo o que alguns treinadores dizem: Ah, futebol é só diversão. Para mim é vida. Tudo o que eu tenho, do meu chinelo havaiana à minha casa, não há nada que não tenha vindo do futebol. Para mim, nunca foi diversão. Sempre foi trabalho. E muito sério. Assim é com alguns torcedores também", afirmou, aproveitando para contar sobre a visita de dois aflitos tricolores ao hotel.

A ligação com o Coritiba ainda é óbvia. Quem estava no CT ontem parou para cumprimentá-lo. O meia Pedro Ken – que operou o joelho direito e só volta aos gramados em 2009 – deu um tempo na fisioterapia para conversar com o ex-chefe. "Foi o melhor treinador que já tive. Sabe mexer com a cabeça dos jogadores. Nos momentos difíceis, o lado psicológico tem que falar mais alto. E ele motiva como ninguém", disse o jogador, se dizendo um torcedor do Flu pelo menos até o fim do Brasileiro.

Segundo René, alguns outros coxas-brancas devem seguir o exemplo. "Tem uma torcida Flu-tiba... Torcedores do Coritiba parceiros dos tricolores. Foi o que aqueles dois do hotel me falaram, que teria muita gente no estádio", disse, porém, fazendo questão de negar a idéia de um Atletiba particular – quando treinou o Alviverde, não enfrentou nenhuma vez o rival. "Vamos aceitar a ajuda de bom grado. Mas sem essa de é bom que eles venham por causa da rivalidade. Até porque, como profissional, a paixão clubística cai nesse momento."

Sejam fortes, certos, ou até invisíveis, o volante Fabinho e o atacante Everton Santos são as apostas do treinador, nos lugares de Wellington Monteiro e Ciel. Destaques do Flu, o meia argentino Conca e o artilheiro Washington, que haviam sentido dores nos treinos do "retiro espiritual" comandado por René durante a semana em Itu, também estão confirmados.

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