Volta por cima
Oliveira projeta recuperação imediata
Longe da família, que vive em Belo Horizonte, Marcelo Oliveira ocupa seu tempo livre assistindo à vídeos dos próximos adversários do Coritiba e jogos de futebol pela televisão. Por duas vezes, o treinador reviu os lances da final da Copa do Brasil.
"Naquela primeira semana trouxe um incômodo, porque ficamos tão próximos de uma situação que todos nós esperávamos, a torcida também. Não foi tanto em função de deficiência ou de eventuais equívocos. Foi porque o futebol é assim", lamentou.
O técnico, que utiliza os vídeos para corrigir o posicionamento dos atletas, afirmou que encara com naturalidade a ascensão repentina e a grande cobrança após o revés na decisão. O desafio agora é voltar a vencer no Brasileiro e recuperar o bom momento.
"Já passei por muita coisa no futebol e sei como funciona essa dinâmica. Existe externamente uma ideia que se caiu [de produção]. Pode até ser que não jogamos as últimas partidas com a mesma intensidade. Mas ganhamos dois e perdemos um, este com um jogador a menos [contra o Botafogo]. Está dentro do normal. Agora não podemos deixar passar muito [a recuperação]", alertou. (FR)
"Parabéns pela campanha", disse rapidamente um jovem torcedor do Coritiba ao se deparar com o técnico Marcelo Oliveira na Rua XV, no Centro de Curitiba, ontem. A frase quase sempre acompanhada de um aperto de mãos foi repetida algumas vezes por senhores, crianças e mulheres que passavam pelo local, uma quadra distante do hotel onde Oliveira mora há seis meses.
Entre um pitaco e outro na montagem do time, o comandante do Coxa sentiu que segue apoiado pela torcida após o vice-campeonato da Copa do Brasil e o início ruim no Brasileiro. Foi um "termômetro" como ele mesmo definiu.
Acompanhado pela reportagem da Gazeta do Povo, Oliveira seguiu o ritual tradicional dos frequentadores da Boca Maldita. Depois de tomar um cafezinho e caminhar pelo calçadão, teve os sapatos engraxados pelo atleticano Floriano Dias. Não ouviu críticas. E se sentiu à vontade para falar do futuro do time.
"O que temos de fazer é continuar jogando da mesma forma, com mesma intensidade de marcação, buscando estar bem posicionados, estruturados e principalmente com a cabeça no lugar. É preciso ter equilíbrio quando você está ganhando e estabelece 24 vitórias numa trajetória de invencibilidade, ou perdendo", disse o treinador.
Necessária anteriormente, a exclusividade dada à Copa do Brasil começa a cobrar seu preço. Com apenas três pontos em quatro jogos na Série A, o clube não vive mais a realidade anterior à decisão. Uma semana atrás, a Libertadores estava a uma partida de distância. Hoje o caminho é composto por mais 34 rodadas.
Para que o sonho de uma vaga na principal competição sul-americana siga vivo para o Alviverde, a meta é ser praticamente perfeito em casa, além de não deixar de conseguir pontos como visitante.
"A gente vai passar nesta semana, inclusive em uma reunião com os jogadores, os índices de Libertadores e Sul-Americana dos últimos cinco anos. Se você mantiver uma média de 60%, está dentro", cravou Oliveira, confiante que o trabalho renderá frutos no fim da temporada.
"[A possibilidade] é grande, por tudo o que nós produzimos, pelo momento equilibrado na parte administrativa do clube, pelos jogadores que temos. O trabalho de recuperação está apenas iniciando, vai acontecer muita coisa. E a perspectiva é boa", cravou o treinador de 56 anos.
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