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Futebol, mulher bonita e samba nas areias de Copacabana: uma festa tipo exportação  para comemorar a indicação do Rio a sede olímpica | Sergio Moraes/Reuters
Futebol, mulher bonita e samba nas areias de Copacabana: uma festa tipo exportação para comemorar a indicação do Rio a sede olímpica| Foto: Sergio Moraes/Reuters

Personagem

Dilma promete transparência

Assim que o Rio foi anunciado como sede da Olimpíada de 2016, a ministra Dilma Rousseff, olhos marejados, foi levantada pelos quadris e, embora pouco confortável em ombros das autoridades, ergueu um braço em celebração. Estava em um salão do Hotel Copacabana Palace, do outro lado da Avenida Atlântica, e a cerca de 100 m da festa popular. Enxugou uma lágrima e largou, enfim, a pequena imagem do Cristo Redentor no cordão que recebeu ontem.

Vestia camiseta verde e amarela, com a frase "I love Rio". Antes, cruzou os braços, segurou e mordeu o colar de pérolas, bateu palmas ao ritmo de "Cidade Maravilhosa", deu as mãos a amigos recém-feitos e protestou pela demora. "Estão querendo matar a gente, né?"

A vitória fez a ministra dizer, ufanista, que "seremos uma grande potência internacional". "Chegou a nossa vez. Chegou a vez do Brasil!" Para a ministra, "vamos fazer a melhor Olimpíada de todos os tempos". Dilma prometeu criar estrutura especial de fiscalização dos gastos comandada pela Controladoria Geral da União. "Quanto mais transparência, mais eficaz o gasto e a garantia de que resulte em obras, estádios e melhora na infraestrutura, aeroportos. Essa transparência é crucial", disse.

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Rio de Janeiro - O Rio parou para ver e comemorar a escolha da cidade como sede dos Jogos de 2016. Centenas de pessoas se acotovelavam ao longo do trecho de dois quilômetros do calçadão de Copacabana reservado pa­­ra a festa do anúncio em Cope­nhague. Eram homens, mulheres e crianças em um vaivém alegre, ves­tindo cangas, lenços e camisetas com a estampa do Brasil e os dizeres: "Eu quero! Rio 2016".

Assim que a capital fluminense – que ontem teve ponto facultativo – foi anunciada como sede, um bandeirão com a figura do Cristo Redentor foi estendido no palco. Foi o ápice da comemoração.

"Deu uma emoção. Vi gente cho­­rando quando ouvimos a confirmação", afirmou o representante farmacêutico Fábio Curi, 22 anos. Ele é mineiro, mas mora em Cascavel desde o início do ano e aceitou o convite de um amigo para vir ao Rio assistir à festa.

Ele acredita que vai ser bom para o Brasil. O Rio de Janeiro, principalmente, tem um povo acolhedor e com muitas atrações. Mas, ele lembra que será preciso cuidar com o "jeitinho brasileiro de ser".

Os estudantes do ensino fundamental Kamila Gama, 17 anos, e Luan Assis, 19, moradores da zona norte da capital fluminense, pularam animadamente após a divulgação do resultado. Eles e a amiga Ga­­­briela Pimentel, 19, ouviram a gritaria e saíram do shopping onde estavam. De casaco e tênis, não se importaram com a areia e entraram na dança.

"Estávamos competindo com ci­dades do primeiro mundo. Tinha fé, mas...", diz Ga­­­briela. "A vantagem é que teremos oportunidade de conseguir emprego", acrescenta.

Quem gostou e muito da festividade foi o vendedor ambulante Alexandre Garcia Martins, 39, há 16 anos figura típica do posto 8 de Copacabana. Morador de Nova Iguaçu, vem todos os dias vender cangas na beira da praia. Sem quebrar a rotina, Martins esteve andando pelo meio da multidão oferecendo seu produto. Em duas horas, vendeu dez cangas com estampa da bandeira do Brasil. A média do dia inteiro é vinte.

"Vai ser maravilhoso porque teremos muito turista", antecipa ele, projetando lucros ainda maiores daqui a sete anos.

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