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Rio – O mal-estar provocado por uma febre pode tirar Marcelo Ferreira da quinta perna da Volvo Ocean Race, que deixará amanhã o Rio de Janeiro com destino à Baltimore, nos Estados Unidos. Ferreira luta contra o tempo para se recuperar e estar presente no Brasil 1 amanhã, às 13h10, na Baía da Guanabara, para a relargada da regata de volta ao mundo.

A expectativa era que eleseja liberado hoje à tarde pelos médicos. Do contrário, um substituto terá de ser encontrado. O suplente oficial é Eduardo Penido, mas dificilmente seria o escolhido, podendo ficar a tarefa à cargo de Alan Adler, diretor da equipe.

Caso confirmado (são boas as chances), os 106 quilos de Marcelo Ferreira (distribuídos em 1,80 m de altura) certamente não farão peso algum ao Brasil 1. Pelo contrário, o retorno do Playboy deixará o time brasileiro bem mais leve. Graças ao seu bom humor. Quando não está exercendo as funções de regulador de velas, cozinheiro e responsável pela mídia, Ferreira é o guru de relacionamento do grupo.

Na terceira e quarta pernas (que passou pela Austrália, Nova Zelândia chegou ao Brasil), ele foi trocado por Horácio Carabelli (construtor da embarcação brasileira) em decorrência de vários problemas na estrutura. Na chegada ao Rio, tomou o lugar do timoneiro norueguês Knut Frostad.

"Minha saída foi uma decisão que tomamos em conjunto, assim como nessa última mudança", revelou. Para ele, a grande motivação é a disputa pelos pontos. "Eu nunca faria uma volta ao mundo a passeio. Estou aqui para vencer."

A parceria com o comandante do Brasil 1, Torben Grael, em duas medalhas de ouro e uma de bronze pela classe Star nas Olimpíadas fez dele a carta marcada para integrar o primeiro barco brasileiro na Volvo, no início do projeto, em 2004.

São 15 anos velejando juntos e um entrosamento importante. Porém, com "limites", como deixou claro ao ser questionado sobre sua história de vida ao lado de Grael "Carrego uma história de vida com a minha mulher, com o Torben eu trabalho", brincou.

O bom humor característico do Playboy é destacado por Grael como fator fundamental para o bom ambiente no barco, muito suscetível às intempéries das viagens extremamente desgastantes. Entretanto, para o "animador", outro ponto conta muito para suportar dezenas de dias velejando. "O fundamental nesse tipo de convívio é o respeito. O espaço físico é mínimo, são dez pessoas, culturas diferentes, educação diferente", contou.

Na prática, é preciso ter tato. Afinal, ninguém acorda feliz todo dia. Ou não. "Eu acho que sou meio doente, pois estou sempre feliz. Mas tem de saber chamar o cara quando ele está cansado e precisa fazer uma manobra. Vento, onda, tudo molhado, você tira a roupa, fica só com a lycra, entra no saco de dormir e alguém te chama para voltar. Não é fácil", revelou.

O jornalista viaja a convite do ABN e do Brasil 1.

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