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Königstein – Ronaldinho se declarou ontem um aliado de Ronaldo. "A gente defende ele com unhas e dentes", comentou o camisa 10. No discurso, um louvável ato de amizade. Na prática, um provável erro de estratégia.

Na era Parreira, ocorreram exatamente 20 jogos da dupla. O retrospecto aponta 10 vitórias, 8 empates, 2 derrotas (63,3% de aproveitamento). Na ausência de um deles, os números melhoram. E mais: geralmente quando um não joga, o outro brilha.

Nesse mesmo período, levando-se em conta apenas os duelos com o atacante em ação, contabiliza-se cinco vitórias, quatro empates, nenhuma derrota e 70,4% de eficiência. Já somente com o meia, tem-se nove vitórias, três empates, três derrotas e índice de 66,6%.

As principais atuações individuais de cada surgiram justamente na falta do xará. Pelas Eliminatórias, quando o Brasil bateu a Argentina por 3 a 1, o Fenômeno marcou três gols e arrancou elogios. Gaúcho (suspenso) não participou da partida. Depois, na goleada por 4 a 1 sobre o Paraguai, foi a vez do apoiador se destacar – sem ter ao lado o centroavante, que ganhou férias forçadas da comissão técnica por reclamar do calendário.

Mas o jogador escolhido melhor do mundo pela Fifa não pensa duas vezes em defender o colega – de quem já se declarou fã várias vezes. "Particularmente, até me alegro que isso (críticas e má fase) tenha ocorrido agora no começo para ele. Tudo que falaram vai acabar lhe motivando para arrebentar na Copa", apostou o astro do Barcelona.

O discurso de solidariedade ao atleta – contestado pela apagada atuação na estréia – foi se intensificando ao longo dos 15 minutos de atendimento à imprensa ontem. Lembrou até da "estrela" do Fenômeno para surpreender em situações difíceis, como no Mundial de 2002.

"Ronaldo é importante, pois define em um instante. Quando a coisa está complicada, o cara tem a capacidade de resolver na jogada individual, numa jogada que ninguém espera", destacou.

"Sempre que eu puder, vou defendê-lo. Não é em todas as partidas que se vai bem. No futebol as coisas são assim, por isso tenho essa posição: ficarei junto com ele, pois é um jogador importante para gente", seguiu.

Ronaldinho deu a entender que vai até se sacrificar em campo para ajudar o setor ofensivo. Em busca de uma melhora no desempenho da dupla de área, o quase ponta-esquerda será levemente recuado. "A idéia é jogar mais como meia, criando as jogadas, fazendo a bola andar e chegar nos atacantes."

Caso isso se confirme amanhã, às 13 horas (horário de Brasília), contra a Austrália, em Munique, o badalado atleta vai sair do papel que o consagrou no Barcelona. "Lá jogo aberto na esquerda. É diferente, mas como tenho dois (adversários) sempre me marcando, levando eles para o lado de campo, abrirei espaço para o Kaká", justificou.

Perguntado sobre as críticas que Ronaldo, destacou que o companheiro deve "jogar com alegria" e mostrou-se fechado com ele. "Isso tudo faz com que o grupo fique mais unido e forte. Quando alguém não está 100%, mas 99%, 98%, a gente quer fazer com que essa pessoa cresça. Temos muita confiança nele."

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