Ronaldo diz não temer o banco

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Königstein, Alemanha – Eis o roteiro de mais um mistério em torno da saúde de Ronaldo: dores de cabeça e tontura, ida às escondidas para uma clínica, análise de sangue, tomografia e endoscopia, volta para o hotel. Ontem o anúncio oficial do problema. "Tive apenas um mal-estar", assegurou o jogador.

"Teve um comunicado, através do site da CBF, para deixar claro o meu caso e evitar especulações. No dia de folga, fiquei indisposto com sensação de mareio (enjôo). Falei com médico e fizemos uma série de exames, nada foi encontrado de anormal. Enfim, uma tranqüilidade a mais que a gente precisava", garantiu o jogador.

Questionado sobre a fraca atuação contra a Croácia, o atacante fez questão de desvincular a recaída com o desempenho em campo. "Não senti nada antes e durante o jogo", garantiu. Para depois fazer a autocrítica – já visivelmente irritado com o assédio da imprensa. "Não está escrito no meu manual que tenho de jogar bem sempre."

O centroavante jogou 68 minutos na estréia do Brasil. Deu somente um chute a gol e acertou apenas dois passes. Acabou substituído, sob vaias, por Robinho. "Não foi a atuação que gostaria ter tido. Há uma expectativa sempre enorme em cima de mim, o que eu faço, como eu jogo... Agora é trabalhar para na próxima partida eu aparecer bem e jogar melhor. Isto é para mim, especialmente para mim", soltou.

O Fenômeno fez questão de exibir esse possível estado de melhora. Logo de manhã, acompanhado do capitão Cafu, foi até a sala de musculação do Hotel Kempiski. A imagem – com o atleta sorridente – ilustrou até a página da CBF na internet. À tarde, trabalhou normalmente com a equipe no Arena Zagallo.

Com Robinho lhe fazendo cada vez mais sombra na seleção, Ronaldo teve ainda que responder perguntas sobre a possibilidade de amargar o banco de reservas no decorrer do torneio da Fifa. Mais uma vez encampou o discurso do sossego. "Tudo bem (se perder a vaga no time). Não sou rebelde, revoltado", comentou.

Como de costume, a estrela não deixou de cutucar os jornalistas. "Não tenho culpa por tudo o que as pessoas dizem. Só acho que as pessoas que estão aqui, cobrindo a seleção, precisam ver qual a real dimensão das coisas. Ninguém merece essa pressão desse tamanho", desabafou.