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Moscou (Folhapress) – Pés e mãos congelaram, e a seleção fez ontem uma das partidas mais frias da era Parreira na vitória sobre a Rússia, por 1 a 0, no Estádio Lokomotiv, em Moscou. Nunca o time nacional havia jogado com uma temperatura tão baixa – os termômetros variaram entre -10ºC e -17ºC.

Com luvas, camisas térmicas e proteção para o pescoço, o Brasil só marcou em um gol meio sem querer de Ronaldo. O time, segundo o Datafolha, finalizou só dez vezes, ou sete a menos do que o habitual com Parreira.

E a sensação foi a de que o jogo só valeu para atender interesses comerciais. O time estava sem quatro titulares, jogou o segundo tempo esfacelado e encontrou rival e clima que não vão se repetir na Copa da Alemanha.

E o próprio treinador decretou a nulidade do amistoso para o conceito dos jogadores. "Ninguém vai ser convocado ou deixado de fora pelo que aconteceu nesse jogo", prometeu Parreira.

Negociado pela Ambev (por força do contrato com a CBF), que passou recentemente a comercializar uma de suas cervejas na Rússia e recebeu cerca de R$ 3,2 milhões pela partida, o jogo ainda aconteceu em um estádio com gramado precário (lama era uma coisa comum) e muitos lugares vazios – os organizadores haviam dito na véspera que todos os ingressos para o confronto estavam vendidos.

O gélido ambiente causou cenas raras. Reservas e comissão técnica ficaram no banco, coberto por uma grossa camada de gelo, protegidos por cobertores. Alguns dos integrantes do estafe brasileiro se impressionavam com a temperatura apontada por termômetros digitais, que são pouco precisos e chegaram a apontar quase -30ºC. As cadeiras das arquibancadas também tinham gelo. Jogadores substituídos, como Ronaldo, preferiram ir para o vestiário a ficar o resto da partida com os companheiros no banco.

Ao final da partida em Moscou, funcionários da CBF apressavam Parreira e os jogadores nas entrevistas coletivas para que o grupo voltasse logo ao hotel. Depois de passar dias defendendo o acerto do amistoso, o próprio Parreira reconheceu que o ambiente não era bom para se jogar futebol – nem o Campeonato Russo tem jogos marcados para essa época do ano.

"O clima e o gramado atrapalharam bastante", disse o treinador, que fez seis substituições no segundo tempo e viu seu time ficar ainda pior.

Nos primeiros 45 minutos, o Brasil foi pouco ameaçado e contou com a sorte para marcar. Aos 15, Roberto Carlos deu um chute pouco pretensioso da intermediária, a bola desviou no corpo de Ronaldo, que tentou sair da trajetória da bola, e enganou o goleiro Akinfeev. "Acho que o gol foi meu, a bola bateu em mim. Tenho certeza de que o Roberto Carlos não vai se importar com isso", disse Ronaldo após a partida.

Em Moscou

Rússia 0Akinfeev; A.Berezutski, Alyukov, Ignashevich e V.Berezutski; Aldonin, Zhirkov, Smertin e Arshavin; Loskov (Bilyaletnov) e Kerzhakov. Técnico: Alexandr Borodiuk.

Brasil 1Rogério Ceni; Cicinho, Lúcio, Juan (Cris) e Roberto Carlos (Gustavo Nery); Émerson (Gilberto Silva), Zé Roberto, Ricardinho (Edmílson) e Kaká (Juninho Pernambucano); Ronaldo (Fred) e Adriano. Técnico: Carlos Alberto Parreira.

Estádio: Lokomotiv.Árbitro: Massimo Busacca (SUI).Gol: Ronaldo (B), aos 14’ do 1.º tempo.

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