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Veja como são as coisas. O técnico Marquinhos Santos passou todo OoEstadual tentando fazer funcionar um time sem um armador, apenas com uma concentração de volantes. Bem ou mal conseguiu chegar à decisão do título, derrotado na final justamente por um adversário que contava com alguém que organizava o jogo e distribuía jogadas para o pessoal se virar lá na frente.

Ruy era o cara em questão. Justo ele, que fez todo o trabalho de base no próprio Coritiba e que não conseguiu subir com os demais companheiros de geração (Pedro Ken, Henrique, Keirrison & cia) por falta de maior comprometimento com a profissão, passando a girar o país e o mundo atrás de um espaço para jogar. E aí, bastou focar novamente na carreira e se preparar adequadamente para voltar a brilhar e receber o convite para retornar à sua casa.

Em dois jogos como titular Ruy já fez a diferença. Dois jogos, duas vitórias (uma delas completada pela incrível série de 22 pênaltis contra o Fortaleza) e os novos sintomas de uma equipe que já não depende mais do chutão do goleiro ou das jogadas individuais de seus atacantes para chegar ao gol adversário. Por ele, Ruy, e por Thiago Galhardo, que entrou ainda tímido em Chapecó, instável contra o Fortaleza, mas que brilhou como principal condutor do time na vitória de sábado, contra o Grêmio.

Agora o Coritiba tem, novamente, quem crie as jogadas, o que não se via desde que Alex anunciou sua aposentadoria. Ruy, a propósito, era tido como o “futuro Alex” nos tempos da base, embora as características de jogo difiram um pouco. Em ambos sobressaem influências do futsal, embora estejam mais evidentes nos dribles que o novo contratado coxa tem apresentando em campo. Alex era mais racional, mais cerebral, enquanto Ruy é da inspiração, da ousadia.

E aí, novos tempos, novas jogadas, novas alternativas, vem a questão: como exigir do treinador desempenho razoável de uma equipe sem as peças adequadas? No momento do emocional, da cobrança pelo melhor resultado, poucos se lembram (do torcedor passional à imprensa superficial) que alguém pode estar tentando fazer o melhor possível com o material humano que tem à disposição.

Era o caso de Marquinhos Santos até dias atrás, quando tentava tirar da cartola um novo coelho que jamais aparecia. Talvez pudesse ter sido Dudu, liberado para o Criciúma sem maiores explicações. Ou Zé Rafael, que ainda não conseguiu se firmar. Mas nós estamos aqui de fora, sem saber o que ocorre no dia a dia dos treinamentos. Talvez também não fossem soluções como estas apresentadas agora, com Ruy e Galhardo.

É pouco ainda, será necessário mais alguém para reposição. Mas pelo menos agora já parece haver um caminho, o que até semanas atrás não se oferecia.

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