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Rio (AG) – Só o suor que escorria insistentemente sobre seu rosto parecia incomodar Franz Beckenbauer no verão carioca. Nada capaz de abalar a altivez e a elegância que ele trouxe dos gramados para a função de presidente do comitê organizador da Copa de 2006. O maior nome do futebol alemão escolheu o Maracanã para trazer as boas-vindas ao Brasil, para ele país sinônimo do esporte que move sua vida desde que largou o emprego de vendedor de seguros, aos 17 anos, para se dedicar à bola.

"Futebol e Brasil são uma coisa só. Aqui tem o melhor jogo de corpo que já vi. Quando joguei no Maracanã pela primeira vez, aos 23 anos, estava realizando um sonho" afirmou Beckenbauer, que está fazendo um "tour" pelos países classificados para o Mundial.

Depois de passar por países como Equador e Paraguai com a necessidade de elogiar suas seleções, nem que fosse por educação, Beckenbauer pôde repetir no Brasil o que vem dizendo no mundo inteiro. A seleção de Parreira é a favorita da Copa com "90% de chances" e a final mais esperada é Brasil x Alemanha. Não parecia fazer média quando listou os seus melhores.

"Cruyff foi o melhor que enfrentei, mas Pelé é o maior de todos. Carlos Alberto (Torres) é o maior defensor que vi jogar. Ronaldinho (Gaúcho) é o melhor da atualidade. E o Maracanã é o estádio mais famoso do mundo ao lado de Wembley."

Seu entusiasmo foi bem menor quando falou da seleção alemã. "É uma equipe muito jovem, pouco acostumada à pressão de uma Copa do Mundo. Vai ser difícil, mas podemos conseguir."

Beckenbauer jogou quatro vezes no Maracanã: duas em 1968 (Brasil 2 x 2 Alemanha, Brasil 2 x 1 Resto do Mundo), uma em 1975 (Fluminense 1 x 0 Bayern de Munique) e uma em 1977 (Flamengo 4 x 1 Cosmos). No seu retorno ao estádio, ontem, o alemão gravou seus pés na Calçada da Fama, bem perto dos do Rei Pelé, Figueroa e Romário. Quis logo saber onde estava a marca de seu amigo Torres, que foi ao Maracanã para recebê-lo.

"O Franz era muito próximo de mim, do Pelé, do Rildo e de outros brasileiros do Cosmos. Ele até tornou-se mais brincalhão por causa do convívio com os brasileiros", disse Torres.

De fato, a famosa austeridade alemã foi trocada por sorrisos por onde Beckenbauer passou. Do aeroporto foi direto para o centro olímpico da Mangueira, onde conheceu o projeto social e esportivo desenvolvido ali.

"É um prazer vir aqui ver os jovens Pelés e Ronaldinhos", disse.

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