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O título Paranaense fez Flávio mudar temporariamente. Estrela do elenco tricolor, ele deixou de lado sua fisionomia sempre séria, que lhe rende uma fama injusta de mal-humorado, e não tirou o sorriso do rosto. Não se conteve.

Além de sagrar-se campeão estadual pela quinta vez – a primeira defendendo as cores do Paraná –, o Pantera ainda subiu ao pódio para erguer outra taça: a de goleiro menos vazado da competição, com 16 gols sofridos em 19 jogos. Sem tirar as luvas, levantou o prêmio emocionado, sorrindo e agradecendo repetidamente.

"Obrigado" foi seu único discurso. E, provavelmente, também a resposta da torcida.

Jogando a final com dores no punho da mão esquerda, o camisa 1 se sacrificou para cumprir um compromisso íntimo, estabelecido em 2003, quando foi contratado. A promessa de levar o clube a um título surgiu no primeiro contato com a torcida. Ídolo no rival Atlético, onde ganhou seis campeonatos, sendo dois estaduais em cima do Tricolor, seu acerto com o time da Vila Capanema tinha tudo para ser polêmico. A esperada reação contrária por parte da torcida, entretanto, não se consolidou. A receptividade afetuosa dos fãs da nova casa surpreendeu e emocionou o Pantera.

"A demonstração de carinho que eu tive no aeroporto, quando cheguei, realmente mexeu comigo", confessou, ainda na primeira fase.

A paixão foi recíproca. Flávio sempre esteve bem cotado com a massa, mesmo nos momentos de crise técnica da equipe, constantemente ameaçada pelo rebaixamento. Do outro lado, o camisa 1 se manteve fiel ao clube mesmo ciente das dificuldades que teria pela frente, da falta de qualidade do elenco imposta pelas restrições financeiras e mesmo recebendo novas propostas a cada fim de temporada. Demorava para renovar, fazendo tremer de medo os torcedores, mas se satisfazia com um reajuste salarial. Manteve sua posição de "não descansar até dar um título ao Paraná".

Recompensa

"O torcedor estava precisando disso, fazia tempo que não soltava o grito preso na garganta e, felizmente, agora pode soltar", disse, já sem camisa no gramado do Pinheirão. O apoio vindo das arquibancadas mereceu destaque do goleiro alagoano. Para ele, motivo de felicidade pela valorização do seu trabalho.

Com a realização estampada no rosto, Flávio admitiu a sensação de alívio. "Agora é um sentimento de dever cumprido. Vamos festejar. Mas amanhã (hoje), já temos de nos concentrar no Brasileiro", declarou, deixando sua principal característica falar mais alto, a de trabalhador incansável. O detalhe é que o Pantera, suspenso, nem poderá atuar na estréia contra o Juventude. Foi expulso na última rodada do ano passado.

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