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Manama, Bahrein - Um dos maiores ídolos dos torcedores da Ferrari, o austríaco Niki Lauda, campeão mundial pela escuderia em 1975 e 1977, tem um culpado para a atual fase da equipe, sem marcar pontos nas três primeiras etapas do campeonato (a pior desde 1981): os italianos, povo que o idolatra até hoje.

A gestão do time depois das saídas do francês Jean Todt, diretor geral, e do inglês Ross Brawn, responsável técnico, é de dirigentes italianos, como o substituto de Todt, Stefano Domenicali. "Os italianos passaram a controlar tudo. Pode ser o caos, esse é o problema", afirmou em entrevista ao Daily News, da Inglaterra.

Há quem acredite que o seu período sem títulos, de 1980 a 1999, teve muito a ver com o duro diagnóstico de Lauda, que também já foi conselheiro da Ferrari quando Luca di Montezemolo assumiu a presidência de empresa, em 1992. "Falta solução de continuidade", explicou Todt, pouco tempo depois de assumir, em 1993, a direção esportiva da Ferrari. "Muda-se tudo de um ano para o outro. Isso não funciona. É preciso seguir uma estrada e, aos poucos, construir seu caminho para o sucesso."

Foi exatamente o que fez Todt. Sua filosofia permanece ativa, mas o que se questiona é a falta de uma liderança forte como a do francês, em que cada integrante do grupo saiba, exatamente, sua função e responsabilidade, assim como tem consciência de como elas serão cobradas com rigor. Agora, quem se desloca por entre os funcionários do grupo nos autódromos compreende rápido haver certa permeabilidade entre uma e outra função, bem como a ausência de um líder que se imponha, para quem deve convergir as definições mais importantes.

"Ross Brawn, por se inglês, formava a ponte ideal entre os italianos, com sua cultura do spaguetti, e Michael Schumacher, com sua eficiência germânica", definiu Lauda. Com a espinha dorsal da escuderia formada por Montezemolo, Todt, Brawn, o sul-africano Rory Byrne, no projeto dos carros, e o excepcional Schumacher, a Ferrari foi campeã cinco vezes seguidas, de 2000 a 2004.

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