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Na contramão da elite do futebol paranaense, a Divisão de Acesso começa hoje, às 15h30, esvaziada. Somente oito equipes se mostraram dispostas a brigar por espaço na Série Ouro, que neste ano foi disputada por exatamente o dobro de participantes – um inchaço que rendeu críticas constantes à Federação Paranaense de Futebol e apertou o calendário, principalmente dos representantes da capital. A grande novidade da disputa dessa espécie de mini-Segundona é também a aposta em um campeonato bastante equilibrado: os clubes só poderão usar atletas com menos de 23 anos. Uma forma, ainda, de diminuir as despesas com a montagem de elencos mais jovens.

A medida teve boa aceitação dos clubes, mas incomodou o Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado do Paraná, que pediu a retirada desse tópico do regulamento. Operário (Ponta Grossa), Umuarama, Foz do Iguaçu, Campo Mourão, Real Brasil (Curitiba), Francisco Beltrão, Toledo e Pitanguense (Pitanga) serão notificados pela Federação a se manifestarem. Como todos compraram a idéia, dificilmente o campeonato terá alteração. Em seu modelo original, a expectativa geral dos participantes é de uma competição dura, em igualdade de condições. "Acho que o campeonato vai surpreender. Tanto pela técnica, quanto pela garra dos atletas. Salário em dia, boa estrutura e um trabalho psicológico eficiente farão a diferença", comentou o presidente do Operário de Ponta Grossa, Carlos Roberto Yurk.

O discurso dos oito times é o mesmo dentro de campo, esperando equivalência de forças dos elencos. Mas também é semelhante fora dele. Apoiados na limitação de idade, os clubes têm previsão de gastos considerada pequena, entre R$ 12 mil e R$ 60 mil. A arrecadação é outro ponto de similaridade entre os oponentes. A maioria encontra respaldo em empresários e comerciantes da cidade para garantir a sobrevida. De diferente, apenas o Real Brasil, que tira seu sustento do dinheiro de excursões ao exterior e venda de jogadores. "Temos caixa para esta temporada sem passar sustos", vibra Aurélio Almeida, o presidente do time que sonha assumir o posto de segunda equipe no coração dos curitibanos. O Pitaguense também destoa ao servir exclusivamente de vitrine para atletas que pertencem a empresários da bola. "Eles bancam o salário dos jogadores e a gente se responsabiliza pela manutenção da infra-estrutura", explica Elizeu Vaz, homem-forte do clube criado em novembro de 2006.

Para levar adiante o sonho de manter uma equipe competitiva para representar o pequeno município de Pitanga, ele apela para a propaganda. "Pode pôr aí que estamos abertos a patrocínios. Se quiserem usar o estádio, também negociamos", acrescentou, tentando arranjar novas fontes de renda. Para o transporte, a luta é convencer a prefeitura a dar uma mãozinha.

Coisa que o Campo Mourão conseguiu. O time, que se profissionalizou este ano e abandonou o nome Hawaí porque a torcida achava que não combinava com uma equipe profissional, ganha R$ 80 mil do governo municipal. A meta é se vingar do abandono sofrido no ano passado, quando a Adap deixou a cidade para defender Maringá. "A cobrança é forte da torcida, ansiosa por um time para representar a cidade de verdade", afirma Luiz Carlos Kehl, presidente do clube.

Na teoria, nunca foi tão fácil chegar à Série Ouro. Basta ser melhor que seis equipes. Ano passado, por exemplo, era preciso desbancar 14 adversários. Mas é justamente isso que pode dificultar as coisas. "Facilita para todo mundo", lembra o presidente do Operário. Com todos na briga, a motivação é maior; os desafios, também.

Certo mesmo é o otimismo. Todos crêem que podem assumir o posto que era de Nacional e Roma, rebaixados nesta temporada. "Até onde podemos chegar? Queremos voltar à elite", respondeu Natalino de Souza, supervisor de futebol e técnico do Francisco Beltrão. Uma frase que vale por oito.

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