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O goleiro Ricardo Pinto chegou ao Atlético em setembro de 1995. O time liderava seu grupo na Série B daquele ano e contratava o camisa 1 como uma das principais armas para retornar à elite. Mas além de ganhar a Segundona, ele marcou época no Furacão pelas atuações em três anos no clube. Virou ídolo da torcida e até hoje é lembrado com saudades pelos jogos no antigo Joaquim Américo. A identificação com o Furacão é tão grande que ele foi treinador dos juniores e preparador de goleiros. Agora, treina o Marcílio Dias de Santa Catarina, e sonha em decolar na nova carreira passando pela Baixada.

Gazeta do Povo – Qual sua recordação daquela Série B de 1995?Ricardo Pinto – Era uma Segunda Divisão de várzea. Em Caruaru (Pernambuco), jogamos em campo onde só tinha grama no quarto de círculo do escanteio. Gastei dois jogos de trava de alumínio. A diferença foi essa, o Atlético já era estruturado naquela época comparado aos adversários. Para Caruaru, por exemplo, fomos em dois jatinhos. Também tínhamos um grupo muito unido, que toda segunda-feira fazia um churrasquinho.

O Atlético tinha um grande time?Era muito forte. Tinha jogadores de qualidade. O Everaldo (meia) jogou muito e depois sumiu. Na frente, tinha o Paulo Rink e Oséas. Na defesa, era o Luís Eduardo e o Ricardo. Também tinha o João Antônio. Enfim, era um time de qualidade.

Como foi subir junto com o Coritiba?A gente ligava pouco para o Coritiba, por toda a rivalidade. A preocupação mesmo era nós subirmos. Contra o Mogi Mirim, no quarto jogo do quadrangular já asseguramos uma vaga. Depois veio o Atletiba. Já classificados, perdemos por 3 a 0 e na época falaram um monte de besteira. disseram que entregamos para subir outro paranaense. O que mais queríamos era sermos campeões com o Couto Pereira lotado e deixar o Coritiba na Segunda. Hoje sei que não tem nada a ver, mas como jogador pensava assim.

Não houve então nenhum tipo de pressão para entregar o Atletiba?Isso nunca existiu. Cada um que fizesse o seu. Por nós o Coritiba teria ficado na Série B. Fomos para o jogo contra o Central magoados, sem dar entrevista e sem cumprimentar a torcida pelas bobagens que tinham falado. Daí ganhamos e o Coritiba não: comemoramos o título.

Quando você veio para Curitiba ficou com receio por ser Segunda Divisão?Minha mulher e eu tínhamos medo porque as notícias do Atlético eram ruins. Temia ficar sem receber e coisas do tipo. Saí do Corinthians e o Petraglia (Mário Celso) me mostrou todo o projeto. Acreditei, confiei e vim para nunca mais sair de Curitiba.

Como era jogar na velha Baixada?Eu não tenho vontade de jogar na nova Arena por causa da antiga. Tenho uma coisa especial comigo até hoje, no aquecimento a torcida já fazia uma festa. Eu ficava esperando aquele momento que para mim, às vezes, era mais importante do que o jogo.

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