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Ginástica rítmica

País decepciona no Mundial

Enquanto a ginástica artística prepara-se para o Mundial, a rítmica assimila os resultados decepcionantes. Após ficar em 11.º lugar na edição de 2007, em Patras, na Grécia, o conjunto brasileiro terminou apenas na 21.ª colocação no Mundial do Japão, encerrado na semana passada. No individual, o país participou de todas as provas, mas não chegou a nenhuma final e sequer passou da 60.ª colocação.

Com uma equipe bastante renovada o conjunto formado por Nathane Garcia, Ana Paula Ribeiro, Jéssica Oliveira, Natália Sanchez, Ana Paula Alencar e Laís Pascoalino somou 41,625 pontos e ficou à frente apenas de outras três equipes.

Já no individual a ginasta Ana Paula Scheffer foi a melhor brasileira com a 64.ª posição (67,600), seguida de Eliane Sampaio 95.ª (63,000) e de Rafaela Pedral 114.ª lugar (59,600), entre 160 atletas.

"Por causa de uma contusão não pudemos contar com Angélica (Kvieczynski), que tinha os melhores resultados. Além da Ana Paula, que é mais experiente, as outras duas meninas estrearam no Mundial. O time estava muito renovado", analisou a técnica Anita Klemann, do individual, que tem a base em Toledo.

A treinadora aponta alguns fatores que comprometeram o desempenho. "Precisamos melhorar e melhorar muito. Mas a preparação atrapalhou porque só houve um estágio com todas juntas de 15 dias e faltou a aclimatação no Japão. A gente mata as meninas de treinar e elas perdem muito com horas e horas de voo e chegam em cima da hora de competir", lamentou Anita. As meninas estrearam dois dias após o desembarque.

Para a presidente da CBG, Luciene Resende, a participação em eventos internacionais é de extrema importância para que as ginastas ganhem experiência e o país mais tradição. A supervisora das seleções, Jaqueline Pires, disse que só após os Mundiais (de GR, artística e Trampolim, este em novembro) a CBG irá analisar os desempenho e a possibilidade de traçar novas metas para as equipes.

Senm estrelas, com poucas ambições, mais jovem e mais unidas, a nova seleção feminina de ginástica artística embarca hoje para a Europa onde disputará o primeiro grande compromisso do novo ciclo olímpico. A primeira parada será na Itália, no torneio Sênior Internacional, de amanhã até sábado, para os ajustes finais antes da disputa do Mundial de Londres, entre 7 e 19 de outubro.

Desfalcada das principais personagens recentes da modalidade (como Daiane dos Santos e Laís Souza, fora da seleção, e Daniele Hypólito e Jade Barbosa, não convocadas por estarem recuperando-se de contusões), o grupo brasileiro é formado por estreantes e veteranas de última hora.

Bruna Leal (16 anos) e Priscila Cobello (17) integraram o time nacional esse ano e vão disputar o primeiro evento de ponta da carreira. Remanescentes do último ciclo olímpico, as paranaenses Ethiene Franco e Khiuani Dias, ambas com 17 anos, tornaram-se as referência na nova equipe.

"Até o ano passado éramos novatas e agora somos veteranas. Já passamos pelo o que elas vão passar e como somos mais experientes tentamos ajudar, dar apoio. O conselho mais importante é ter concentração e não ficar tão nervosa", explica Ethiene. "Ela é a mais madura, tem passagem pela Olimpíada e Mundial e a Kihuani também já estava no grupo, mas há pouco tempo ela era uma menina e agora se tornou uma moça", comenta a técnica Iryna Ilyashenko.

Khiuani não está apenas mais velha, em dois anos ela ganhou sete centímetros na altura. "O corpo cresceu e também ficou mais pesado e por isso mais lento. Mu­­dou bastante a agilidade", explica a ginasta em readaptação. Ela volta a competir após ter passado um ano muito difícil. Em 2008, fraturou o cotovelo direito durante o treino e, após três meses de recuperação voltou a treinar e fraturou a mão. Diante de tudo isso, ela estará satisfeita se completar uma série limpa – competirá na paralela e na trave.

Para as novatas, uma final seria um grande feito. "Quero fa­­zer o meu melhor, se conseguir a classificação, ótimo. Mas eu estou indo mesmo para ganhar experiência", explica a paulista Priscila, que competirá na trave e no solo. O pensamento é o mesmo de Bruna, que disputará pela primeira vez um torneio deste nível. "Agora a gente sabe que não dá para esperar muito. Esse é apenas o primeiro grande campeonato. Até a Olimpíada de Londres-2012 há muita coisa ainda, tudo mu­­da", disse a carioca, inscrita para disputar o individual geral.

Para Iryna, as ginastas formam uma equipe "média, sem estrela e sem compromisso", assim como outras seleções em reformulação neste início do ciclo olímpico.

A ausência de ídolos, porém, parece ter trazido mais unidade à equipe. "Todo mundo é igual. Todas fazem tudo junto, não tem mais aquilo de cuidado com essa, com aquela", disse Ethiene, sem citar nomes.

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