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Weggis, Suíça – A seleção brasileira colocou no mapa do futebol uma cidade com 4 mil habitantes. Localidade conhecida pela monotonia, ausência de jovens e paisagens bucólicas. Weggis, casa que se despede do time de Parreira hoje, jamais será a mesma.

Durante as quase duas semanas de Ronaldinho Gaúcho e cia. no balneário suíço viu-se uma transformação completa na região. Calcula-se que 120 mil pessoas passaram pelo município para acompanhar os treinos do grupo favorito à conquista da Copa na Alemanha.

Comerciantes faturaram alto com a invasão. "Já no primeiro final de semana, eu sai do vermelho. Estou feliz com o retorno que tive. Não fosse o frio e a chuva, ganharia muito, mas muito mais", destaca Manfred Saxer, que desembolsou 2.300 francos-suíços (ou R$ 3.910) para abrir o estabelecimento na feira em frente ao estádio. "Meu ponto forte foi a cerveja e caipirinha", emenda.

Edwin Rudolf, presidente da Associação de Eventos em Weggis, não esconde o entusiasmo. "A temporada rendeu 20 milhões de francos-suíços (R$ 34 mi) a mais na receita da região", garante, sem especificar os valores rotineiros. "Rejuvenescemos nossos turistas e mostramos nossas belezas para o mundo."

Até mesmo o mercado ilegal ganhou impulso. Cambistas aproveitaram a febre para lucrar com a curiosidade dos suíços. No ápice da febre, o ingresso para ver de perto as atividades do selecionado custava até, pela cotação, R$ 170. Nos últimos dias, devido o mal tempo, o valor já estava na casa dos R$ 50 – ainda com 50% de ágio do valor de bilheteria. No treino de hoje, o último na cidade, às 16h45 locais (11h45 em Brasília), o bilhete pode pular para R$ 250.

A rede hoteleira também comemorou a passagem. Com aproximadamente 30 hotéis (3.500 leitos), não houve espaço para quem quisesse de última hora descansar em frente ao lago Vierwald e os Alpes teve que trocar de rumo.

Todo o agito foi contemporizado pelo técnico Carlos Alberto Parreira. Ao falar sobre a fase pré-estréia no vilarejo, o treinador usou de diplomacia. "O hotel que ficamos é ótimo, talvez não tenha um melhor programado para nós na Alemanha. O campo de treinamento atendeu todas às expectativas. Só o tempo não ajudou, mas também está assim (frio e chuva) em quase toda a Europa", elogiou.

Entre os frutos colhidos, o poder público local espera agora trazer alguma grande equipe nacional para a preparação da Euro-2008, que será realizada por Suíça e Áustria. A Inglaterra parece já ter mostrado interesse. A vocação para receber delegações também seduz os políticos. O Lyon, da França, também já mostrou interesse de seguir os passos da CBF.

A partir de hoje à noite, com a despedida dos jogadores, Weggis voltará quase ao normal. Estará silenciosa, perfeita para refúgios. Mas também repleta de lembranças e sonhos.

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