• Carregando...
Diego Alves, Alexandre Pato, Rafinha e Alex Silva em momento de descontração em Shenyang: se passar por Camarões, o Brasil enfrenta Holanda ou Argentina na semifinal. | Alvin Chan/ Reuters
Diego Alves, Alexandre Pato, Rafinha e Alex Silva em momento de descontração em Shenyang: se passar por Camarões, o Brasil enfrenta Holanda ou Argentina na semifinal.| Foto: Alvin Chan/ Reuters

Técnico rival promete pôr time no ataque

Se o técnico de Camarões, Martin Ndtougou, cumprir a promessa, a seleção brasileira vai enfrentar amanhã um rival diferente daqueles com que se acostumou. "Vamos atacar, o Brasil vai ter problemas", jurou Ndtougou ontem, após o treino dos africanos em um dos campos anexos ao Estádio Olímpico de Shenyang.

Dunga vive dizendo que os adversários não têm coragem de atacar a seleção brasileira. Seu colega camaronês garante que vai mostrar que isso não é verdade. "Não temos medo do Brasil. Vencemos em 2000 (2 a 1, na Olimpíada de Sydney) e em 2003 (1 a 0 na Copa das Confederações, na França). É possível ganhar de novo."

A campanha de Camarões não é grande coisa até aqui. Terminou em segundo do Grupo D com uma vitória (1 a 0 sobre Honduras) e dois empates (1 a 1 com a Coréia do Sul e 0 a 0 com a Itália). Ndtougou, no entanto, está confiante. "Fizemos alguns progressos até aqui, técnica e taticamente. Meu time tem bons jogadores e podemos fazer boa partida."

A equipe africana teve duas semanas de preparação antes da Olimpíada, como o Brasil, e enfrentou problema semelhante ao dos brasileiros: a negativa dos clubes em ceder jogadores maiores de 23 anos. "Queríamos que o Eto’o estivesse aqui, mas o Barcelona não liberou", lamentou Ndtougou.

Agência Estado

É a grande chance de vingar a derrota e a eliminação na Olimpíada de Sydney, oito anos atrás. Mais do que isso, porém, a partida contra Camarões, amanhã, às 7 horas (de Brasília), em Shenyang, é o momento certo para a seleção brasileira provar que tem mesmo futebol para brigar pelo ouro nos Jogos Olímpicos de Pequim. Para um jogador, o capitão e ídolo Ronaldinho Gaúcho, é um confronto especial. Ele participou daquele vexame na Austrália, mas recebeu outra oportunidade, muitas vezes algo raro na vida de um profissional de alto nível.

Ninguém na seleção brasileira admite. Todos adotaram o discurso de que os tempos são outros, os times também, as circunstâncias idem. Mas Camarões não deixa de ser um fantasma que precisa ser exorcizado. Como fazer isso? Mostrando evolução em relação aos jogos anteriores, entende o técnico Dunga. "Vamos trabalhar para criar um sincronismo mais automático", disse, criando um novo jeito de falar em aperfeiçoar o entrosamento. "E mais jogadas de ataque."

Deverá mesmo ser necessário. Se Camarões cumprir a promessa feita ontem pelo técnico Martin Ndtougou, de atacar o Brasil, a seleção vai precisar bem mais do que o jogo cadenciado e com grande valorização da posse de bola, em boa parte do tempo no campo de defesa, que se mostrou suficiente para derrotar sem sustos os limitados adversários que teve até aqui – 1 a 0 na Bélgica, 5 a 0 na Nova Zelândia (jogando bem) e 3 a 0 na China (em ritmo de treino).

No entanto, há quem duvide do ímpeto dos africanos. "Esse negócio de que time da África só ataca é bobagem. Eles evoluíram taticamente e, além disso, enfrentar o Brasil sempre impõe respeito", considera Anderson. Os números dão razão à desconfiança do volante: Camarões só fez dois gols até agora, em três partidas. Mas não deixa de ser um time forte fisicamente, que joga duro e com velocidade e que, se a seleção bobear, pode repetir a performance apresentada na Austrália.

O Brasil tem a melhor campanha na Olimpíada: nove pontos em três jogos, nove gols marcados, nenhum sofrido. Mas é no sábado que o time vai ser testado de verdade. E vai passar no teste, prometem os jogadores. "Tenho certeza de que vamos fazer um grande jogo contra Camarões", prevê o atacante Alexandre Pato – que, aliás, pode ver a boa exibição do banco de reservas. Ele tem jogado mal e já não tem a posição de titular absoluto do ataque garantida.

Os jogadores citam como um dos trunfos da seleção neste duelo com os africanos a experiência do grupo, já que vários jogadores atuam na Europa e, apesar de jovens, já se acostumaram à pressão. Nesse ponto, porém, há equivalência, pois boa parte dos camaroneses jogam em times da Inglaterra e França.

Se a partida terminar empatada, haverá prorrogação e, persistindo o empate, disputa por pênaltis.

Na TV

Brasil x Camarões, às 7 horas (amanhã), na RPC TV, Band, SporTV, BandSports e ESPN Brasil.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]