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O sorriso e o aceno de Joseph Blatter foram arrancados pelo grito do vice-governador Orlando Pessuti e de sua mulher, Regina, ao ouvir a confirmação de Curitiba no Mundial | Jewel Samad/AFP
O sorriso e o aceno de Joseph Blatter foram arrancados pelo grito do vice-governador Orlando Pessuti e de sua mulher, Regina, ao ouvir a confirmação de Curitiba no Mundial| Foto: Jewel Samad/AFP

A informação que já corria nos bastidores há pelo menos duas semanas foi confirmada ontem, em Nassau, nas Bahamas, pelo presidente da Fifa Joseph Blatter: Curitiba será uma das 12 subsedes da Copa do Mundo de 2014. Belo Horizonte (MG), Brasília (DF), Cuiabá (MT), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP) completam a lista das escolhidas.

Não houve surpresa. Mesmo assim, o vice-governador Orlando Pessuti, único representante oficial do estado, não se conteve ao ouvir da boca de Blatter o nome da capital paranaense.

"Eu e a Regina (mulher do político, que viajou por conta própria) levantamos e gritamos um uh-hu", contou ele, por telefone.

O suíço parece ter gostado do gesto espontâneo. Tanto que apontou, rindo, para o casal, emendando uma careta na sequência.

"Se estou feliz? Estou muito emocionado, meu rapaz! Nossa Senhora!", disse o vice-governador.

A rápida cerimônia na América Central não passou de mera formalidade. As dúvidas que ainda persistiam foram vencidas pelas cidades consideradas favoritas – Manaus em detrimento a Belém no caso da sede amazônica e Cuiabá em vez de Campo Grande na região do Pantanal.

"Ter dez sedes era o princípio da Fifa, mas a intervenção de Ricardo Teixeira e o interesse do país fizeram com que chegássemos ao número de 12", ressaltou o mandatário da Fifa.

Durante o anúncio, Blatter e Ricardo Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), perderam mais tempo tentando consolar as derrotadas (Florianópolis, Goiânia e Rio Branco fecham o grupo) do que propriamente explicando os motivos da opção pelas vencedoras.

"Todas as cidades, mesmo as que não foram selecionadas, só têm a ganhar com a Copa no Brasil", afirmou Teixeira. "Não vamos abandonar quem não foi escolhida. Elas irão participar de outros eventos relacionados à Copa. Como tudo na vida, é preciso saber perder e ganhar", complementou o presidente da Fifa.

O cartola da CBF aproveitou a oportunidade para pedir publicamente responsabilidade aos 12 municípios selecionados. "O trabalho começa agora, e é preciso estar à altura desse grande privilégio", avisou ele, peça-chave na organização do segundo Mundial no país – o primeiro ocorreu em 1950, com o título ficando nas mãos do Uruguai após vitória por 2 a 1 sobre o Brasil na decisão. "A responsabilidade é enorme. Acabamos de passar no vestibular. Agora teremos cinco anos de faculdade, com provas até o final", acrescentou Teixeira, convocando uma reunião para o próximo dia 8 no Rio de Janeiro. A adequação dos estádios à norma da Fifa será o assunto tratado no encontro.

A partir de agora a Copa no Brasil começa a ser delineada. A tendência é de que seja repetida a estratégia usada no Japão/Coreia do Sul, dividindo o Mundial em Norte/ Sul. Ou seja, quatro grupos seriam disputados de Brasília para baixo. Os outros quatro na Região Norte/Nordeste. A opção evitaria grandes deslocamentos das seleções – apesar de Joseph Blatter ter minimizado o problema durante a cerimônia de ontem.

"A Fifa é muito preparada para fazer Copa do Mundo. Em 94, nos Estados Unidos, as características eram semelhantes e deu certo", explicou Teixeira. "Haverá respeito aos critérios técnicos."

Independentemente dos posicionamentos adotados pela organização, o comitê local já arregaçou as mangas. Curitiba iniciou o lobby para ser cabeça de chave de um dos grupos, recepcionar um selecionado de tradição (de preferência a Itália) e ter papel de destaque também na Copa das Confederação, evento-teste disputado um ano antes do Mundial, em 2013.

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