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O preço do rebaixamento à Série B em 2005 e a permanência longe da elite no ano passado estão explícitos no balanço financeiro do Coritiba referente a 2006, aprovado pelo Conselho Deliberativo no dia 24 de abril e publicado pelo clube há uma semana. O déficit registrado até 31 de dezembro do ano passado foi de R$ 11.470.010,94.

A diferença em relação ao ano anterior é evidente. Até o fim da temporada 2005 o Coxa teve superávit de R$ 19.728.836,96. A queda financeira é de R$ 30.236.811,20.

Segundo o presidente Giovani Gionédis, a explicação para a enorme desigualdade em apenas dois anos é simples. Em 2005, as vendas do zagueiro Miranda para o Souchax, da França, e do lateral-direito Rafinha para o Schalke 04, da Alemanha, foram as principais propulsoras para o lucro.

Já em 2006, sem a vitrine da Série A para expor suas revelações e com orçamento reduzido pelo corte de 50% da cota do televisionamento dos seus jogos (de R$ 11 para 5,5 milhões), decretaram ao Alviverde a drástica redução.

"Nossa situação hoje é praticamente zerada. A única diferença está na venda de jogadores. Não se vende um Rafinha ou um Miranda todos os anos", justifica o dirigente (a verba proveniente da liberação de atletas caiu de R$ 24,3 milhões em 2005 para pouco mais de R$ 182 mil no ano passado).

A situação pode, em parte, ser recuperada nesse ano com o aproveitamento da nova safra de revelações do Alto da Glória. Henrique, Pedro Ken, Keirrison e cia. podem se transformar na tábua de salvação para o investimento em um time capaz de voltar à Série A.

A economista Vanesa Rasoto, especialista em balanços de grandes instituições, afirma que para sair do vermelho o Coxa terá de apelar a empréstimos ou voltar a vender sua revelações.

"A receita caiu 72% de um ano para outro e o custo operacional diminuiu apenas 5%. Sobrando pouco dinheiro para atividade operacional, o prejuízo é certo", comenta.

Mas, por enquanto, a direção não admite se desfazer dos seus pratas da casa para sair do vermelho. A única exceção é o zagueiro Henrique, que deve ter a venda para a Udinese, da Itália, por 3 milhões de euros, definida nos próximos dias.

"Eles (os pratas da casa) podem render um bom dinheiro, mas por enquanto as negociações não passam de especulação. O importante é ser um bom administrador para não torrar tudo de uma vez", afirma Gionédis.

Quanto ao custo operacional, é difícil imaginar que haverá redução. A recente dispensa de 16 jogadores e a contratação de pelo menos mais seis para o início da Série B pode ser só uma fase do entra-e-sai no Verdão.

"Para voltar à Primeira Divisão, se for preciso, vamos montar e desmontar três times", admite o coordenador João Carlos Vialle.

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