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O curitibano Emanuel, 38 anos, ganhou títulos em todos os continentes | Walter Alves/ Gazeta do Povo
O curitibano Emanuel, 38 anos, ganhou títulos em todos os continentes| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

Decacampeões

Dez títulos de nível mundial é para poucos. Conheça alguns:

1 Motocross : o belga Stefan Everts se aposentou em 2006 após garantir por dez vezes o título mundial com a sua moto . Competiu em 125, 250 e 500 cilindradas.

2 Atletismo: em 2006, o etíope Kenenisa Bekele venceu pela décima vez o Mundial de Cross-Country. Com 23 anos, tornou-se o único a faturar ouro cinco vezes nos 4 km e cinco vezes nos 12 km. Sem mais ambição, aposentou-se.

3 Radical: em uma modalidade que mistura precisão, beleza e coragem, o colombiano Orlando Duque levou por dez vezes o Mundial de Salto Ornamental de Penhasco.

4 Ciclismo: o francês Nicolas Vouilloz dominou o downhill ao lado de Anne-Caroline Chausson durante a década de 90, sendo três vezes campeão mundial júnior e sete como sênior/adulto.

5 Caratê: O italiano Luca Valdesi, faixa preta quinto dan de caratê Shotokan, considerado um expoente na modalidade Kata e Kata em equipe, foi dez vezes campeão mundial, além de conquistar 18 títulos europeus.

  • Confira a relação dos lugares onde Emanuel conquistou o primeiro lugar

Duzentas etapas, seis parceiros, 70 primeiros lugares e 15 anos após o primeiro título, Emanuel de­­sembarcou ontem no Brasil em uma nova categoria. A inédita dé­­cima conquista no circuito internacional reforçou a soberania do curitibano na areia, seu habitat natural.

O atleta mais vitorioso do vôlei de praia no planeta se igualou a outro fenômeno esportivo: o surfista norte-americano Kelly Slatter, também no incomum pa­­tamar de decacampeão mundial.

A saga do paranaense no circuito foi construída pelos cinco continentes, em 59 cidades diferentes e com o primeiro lugar em 37 delas. Um cidadão do mundo. Incansável aos 38 anos de idade.

"É uma emoção diferente, uma marca significativa, me faz lembrar cada uma das conquistas, que estão mais vivas do que nunca agora na minha memória", comemora o atleta, que nem precisou do primeiro lugar do pódio para ficar com a taça antecipada da temporada. O terceiro lugar em Aland, na Finlândia, no último fim de semana, foi suficiente para coroar uma campanha arrebatadora em 2011.

Ao lado do parceiro Ali­­son, de 25 anos, Emanuel disputou 76 partidas, venceu 68 vezes (89,5% de aproveitamento), com apenas nove derrotas – 121 sets conquistados dos 148 disputados (81,8%).

"Chegar ao topo de novo me deixa feliz, certo de que estamos fazendo um trabalho bacana. Esta é uma medalha especial, com certeza, vai ter um lugar de destaque porque foi a coroação de um trabalho duro que fizemos ao longo do Circuito Mundial", afirma o curitibano, que participou da transformação da modalidade.

"Faz 15 anos da minha primeira conquista, em 1996. Era uma ou­­tra época, o vôlei de praia era muito diferente; e é bom ver como a modalidade evoluiu. Quando co­­mecei a competir, no início dos anos 90, não imaginava onde o esporte iria chegar", confessa o tam­­bém tricampeão do Mundial – disputado a cada dois anos e que ele faturou em 1999, 2003 e 2011.

Em tanto tempo de estrada, Emanuel sofreu com a saudade, que hoje consegue aliviar de novas formas. "Há 20 anos, tinha de es­­crever uma carta e tentar arranjar um fax para mandar para a família. Hoje a tecnologia ajudou muito e você consegue ver a pessoa mesmo estando do outro lado do mundo", conta o jogador, que assim acompanha as notícias do pequeno Lukas, seu filho com a ex-jogadora Leila, que completa um ano em setembro. Ele também é pai de Mateus, com 14 anos.

A trajetória de títulos no circuito mundial começou com Zé Mar­­co e as vitórias em 96 e 97. Em 99, foi campeão ao lado de Loiola. Com Tande, venceu em 2001. De­­pois iniciou a parceria mais vi­­toriosa, ao lado de Ricardo, com quem conquistou o circuito em 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007. A dupla também chegou ao ouro olímpico em Atenas-2004 e ao bronze em Pequim-2008.

Agora ele e Alison estão praticamente garantidos na Olim­píada de Londres-2012, em mais uma escala – provavelmente a derradeira – que ele espera coroar com nova vitória.

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