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Luiz Carlos Schroeder, de 56 anos, gastou R$ 12 mil para desbravar o Brasil ao lado do Furacão | Marcelo Elias/Gazeta do Povo
Luiz Carlos Schroeder, de 56 anos, gastou R$ 12 mil para desbravar o Brasil ao lado do Furacão| Foto: Marcelo Elias/Gazeta do Povo

De bar em bar

Apenas 6 mil atleticanos assistirão no Janguito Malucelli ao confronto entre Atlético e Paraná, amanhã, às 16h20. Para os rubro-negros que ficarão de fora, algumas opções para torcer pelo acesso vendo o clássico pela televisão

Bar do Toninho

Também conhecido por Mercearia Stella (foto), é um dos principais redutos atleticanos em Curitiba. Pelas paredes, pôsters dos esquadrões campeões ao longo do tempo, dos mais novos até os mais antigos, com o velho CAP bordado na camisa. Reza a lenda que quando a simpática cachorrinha Tica, mascote do local, sai para fazer xixi na calçada, o gol do Atlético é questão de minutos.

Rua Ângelo Sampaio, 1.776, Batel.

Bar da Tia Lili

Tradicionalíssimo ponto de encontro rubro-negro, o bar da Tia Lili também é quase um museu do clube. Enfeitam as paredes quadros com dezenas de ingressos de jogos importantes do Furacão. Entre as outras relíquias, uma pequena estatueta que alguns juram se tratar do ex-presidente Anibal Khury trajando fraque e cartola.

Avenida Manoel Ribas, 648, Mercês.

Prajá

Em novo endereço, agora do outro lado da Praça Afonso Botelho, o tradicional bar antes localizado na porta de entrada da Arena da Baixada continua atraindo os torcedores do Atlético.

Rua Brigadeiro Franco, 3.003, Água Verde.

O torcedor Luiz Carlos Schroeder cumpriu, ao pé da letra, o lema atleticano "Eu te sigo em toda parte". Da estreia do Rubro-Negro, em Joinville, até o duelo com o Criciúma, no último sábado, o juiz de Direito aposentado acompanhou o Furacão em 36 das 37 partidas pela Segunda Divisão.

Turnê futebolística que percorreu 46.516 quilômetros, passando por 18 cidades diferentes, quase sempre longe das capitais. Arapiraca-AL, Bragança Paulista-SP, Varginha-MG, Barueri-SP, Paranaguá, Schroeder apoiou o Atlético em todas elas.

Jornada na cola do Atlé­tico que só não foi perfeita por causa da Polícia Federal – não, o magistrado não se enroscou com a lei. Uma operação-padrão, no início de agosto, impediu a chegada até Goianinha-RN a tempo de assistir ao duelo com o América-RN.

"Fiquei chateado por não ter conseguido ir a todas as partidas. Mas, tudo bem. Foi a realização de um sonho, algo que alimentei por muitos anos e que, agora aposentado, pude me planejar para realizar", explica o torcedor de 56 anos.

O clássico com o Paraná, amanhã, às 16h20, não há risco de ele perder – ou não há mais. Depois de horas e horas de aflição, pregado na frente do computador, Schroeder conseguiu habilitar o cartão de sócio para o duelo que pode representar o retorno à elite do Rubro-Negro.

"Passei a tarde inteira tentando. Não poderia ficar de fora de jeito nenhum. Logo eu, que viajei para tudo quanto é lugar, perder o confronto mais importante do ano", diz.

Presença garantida num jogo para poucos. Com a capacidade do Janguito Malucelli reduzida pela Polícia Militar, por questões de segurança, somente 6.600 pessoas assistirão no estádio o dérbi da Rebouças – 6 mil atleticanos e 600 paranistas.

Será o fechamento de um projeto pessoal que custou ao torcedor R$ 12 mil, com passagens aéreas, hospedagem, alimentação, entre outros gastos. "Eu havia previsto R$ 8 mil, acabou saindo mais caro. E isso porque eu comprei boa parte das passagens em março, aproveitando promoções."

Todos os detalhes da empreitada estão devidamente documentados, num blog criado especialmente para contar as andanças Brasil a fora (http://umfuracaopelobrasil.zip.net/). Relatos que vão bem além das quatro linhas, tratam também das peculiaridades das cidades visitadas e abordam outra paixão do ex-juiz: o vinho.

"Não sou jornalista esportivo, então não quis ficar restrito aos comentários sobre futebol. Minha intenção foi dividir as experiências, algumas interessantíssimas, pelas quais passei. Foi algo bem artesanal mesmo", comenta.

Mesmo sem pretensões literárias, a página abrigou 89 publicações. "Muitos amigos me perguntam se eu vou transformar tudo isso em livro, algo assim. Foi muito legal a repercussão, torcedores de todas as classes entraram em contato. Mas não penso nisso."

Entre tantas passagens, e nenhum incidente com torcedores adversários, algumas lembranças são especiais. "No jogo com o CRB, em Alagoas, encontrei dois torcedores que nunca conheceram Curitiba e pela primeira vez estavam vendo o Furacão. Foi emocionante", recorda.

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