• Carregando...
 | AFP
| Foto: AFP

Curitibano larga na dianteira

Goiânia – O piloto curitibano Maurício Neves começou o Rally Internacional dos Sertões com o pé direito. Ao lado do navegador Clécio Maestrelli, ele fez o melhor tempo entre os carros (3min13s20) no prólogo que definiu na tarde de ontem a ordem de largada para a primeira etapa da corrida, que começa hoje. A despeito do êxito, o piloto conteve a empolgação nesse início de jornada. "Largar na frente não é a melhor coisa do mundo, pois para a prova não significa nada", disse o "pole-position", que também não deixou de ver o lado positivo da vitória preliminar. "Foi bom para dar uma posição confortável para medir o desempenho em relação aos outros competidores e levant ar o astral da equipe". Mas não é só. Como ele será o primeiro a largar após as motos, não terá a poeira de nenhum carro atrapalhando a sua visão. (FM)-

Goiânia – Os 590 quilômetros que separam a capital goiana da interiorana Minaçu, no norte de Goiás, serão trilhados hoje pelos 161 veículos que disputam a 15.ª edição do Rally Internacional dos Sertões. É o início da maior competição cross country das Américas, evento que gradativamente tem a sua grandiosidade e importância inflada no cenário internacional. A novidade deste ano é a inclusão do rali no calendário oficial da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), a entidade máxima dos esportes a motor.

É o pulo do gato para atender às aspirações da organização do evento e o primeiro passo para que o Sertões se torne etapa do Campeonato Mundial de Rally Cross Country também para os carros, a exemplo do que desde 2005 já ocorre com as motos e quadriciclos. Na América do Sul, apenas um evento tem tal status: o Por Las Pampas Rally, que ocorre na Argentina. Talvez por pouco tempo. "Integrar o Mundial também entre os carros é a nossa meta, que a cada dia fica mais próxima", comemora Marcos Moraes, presidente da Dunas Race, empresa responsável pela organização e promoção do Sertões.

Mas antes mesmo de fazer parte do campeonato que reúne a elite do off-road, o Sertões já colhe os frutos do seu amadurecimento fora das fronteiras brasileiras. O mero reconhecimento da FIA é uma útil reserva de data, tendo em vista que a federação, ao pôr o Sertões em seu cronograma, não marcou nenhuma outra prova do gênero para os mesmos dias. Pode ser a abertura que faltava a equipes e pilotos de ponta de todas as partes do planeta, que agora contam com um espaço livre na agenda para desbravar as estradas do interior brasileiro. Além disso, como os competidores filiados à FIA só estão automaticamente autorizados a participar de provas constantes no calendário oficial, não há mais a necessidade de pedir autorização formal da federação local para disputar o Sertões.

O próximo passo na direção do Mundial para carros é a aprovação da organização e segurança do Sertões por parte da Fia. Para isso, a entidade precisa seguir um caminho idêntico ao percorrido pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM), que em 2004 enviou um emissário para avaliar a prova e só então homologá-la como etapa oficial do Mundial de motocicletas e quadriciclos, que vem ocorrendo desde 2005.

Segundo Moraes, é provável que até 2009 a FIA mande um observador ao Brasil especificamente para fazer as vistorias de praxe para aprovar ou não a inclusão do Sertões como uma das etapas do Mundial (em 2007 há cinco) para as picapes. Se obter êxito no exame, a expectativa da organização é que aconteça entre os carros o mesmo que há dois anos ocorre na disputa entre as motos. "Houve um aumento no nível de competitividade, com a chegada de pilotos de alto nível, campeões mundiais, que servem de referência para os demais e atraem a atenção da mídia internacional, o que é bom para todos", explica Moraes.

De fato, desde 2005 motociclistas mundialmente consagrados se aventuram no rali brasileiro. Não é à toa que o maior número de estrangeiros está competindo sobre duas rodas. Entre eles, gente da "cilindrada" do francês Cyril Despres, último vencedor dos Sertões e nada menos que bicampeão (em 2005 e 2007) do maior e mais perigoso rali do mundo, o Lisboa – Dacar (ex-Paris – Dacar).

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]