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No começo até parece estranho. Após duas vitórias na Libertadores, e mesmo com os holofotes voltados para o Tricolor, o treinador paranista não demonstra preocupação alguma com a possibilidade de a equipe sofrer uma queda de rendimento por um possível salto alto, prepotência de seus atletas.

Sobre o assunto, Zetti pensa um pouco, sorri como se estivesse escondendo uma carta na manga. Misterioso, diz com tranqüilidade que a rápida ascensão da equipe, a fama inesperada para jogadores até então desconhecidos, não será empecilho para a continuidade para a boa campanha na Libertadores.

A explicação para a calma vem na cena seguinte, quando o treinador pára ao lado do auxiliar Silas e os dois conversam olhando para o campo. O assunto pode ser tanto sobre o esquema tático a ser adotado como a escolha de quem escalar no ataque, mas invariavelmente nessas conversas o comandante colhe informações sobre o estado psicológico do grupo.

É Silas o principal responsável pela tranqüilidade de Zetti. No Paraná, uma das funções do ex-meia é fazer com que o elenco se mantenha motivado em quaisquer circunstâncias da competição. E mesmo sem ser psicólogo, não faltam ao auxiliar armas para realizar com louvor a tarefa.

"Utilizo a minha experiência como jogador, como vice-presidente do Atletas de Cristo e também sempre me mantenho atualizado sobre o assunto", conta. A última leitura foi o livro de Bernardinho, Transformando suor em ouro.

Silas fala individualmente com os jogadores e cita exemplos do sucesso do seu trabalho: Henrique, Felipe Alves, André Luís e Joelson. Jogadores desacreditados pela torcida que conseguiram, ou estão conseguindo, dar a volta por cima e tornarem-se figuras importantes para o Paraná.

"Criamos uma família. Um problema para a gente mesmo, pois – até brinco com o Zetti – quando sairmos daqui vai ser sofrido", conta.

Até o dia 14, data para a partida contra o Flamengo, a missão de Silas mudará um pouco. Deixará de lado o resgate e se focará na manutenção. O desafio será manter a equipe motivada e focada também no Paranaense.

"O futebol é um meio no qual tudo o que acontece é superestimado. Por isso temos de trabalhar esse aspecto da exposição com eles", afirma Silas, que revela o tom das conversas informais. "A cada vitória na Libertadores, em vez de ligar um amigo, ligam cinco. Daí, todo mundo vira seu parente. E eles têm de estar preparados. Ainda mais que, nesse sentido, o grupo é ainda um pouco inexperiente".

Silas também utiliza o bom relacionamento que tem com o auxiliar de Dunga (Jorginho, o presidente do Atletas de Cristo) para deixar o grupo sempre aceso. "Eles sabem que se forem bem, podemos ligar para o Jorginho, pedir para ele observar melhor tal jogador, pois temos um bom relacionamento lá".

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