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Preliminares empolgantes

As primeiras lutas do UFC Rio foram tão boas quanto às principais e tiraram o fôlego dos torcedores na HSBC Arena.

O grande destaque ficou para a vitória de Rousimar Toquinho Palhares contra Dan Miller, dos Estados Unidos. De maneira avassaladora, o brasileiro derrubou o rival no primeiro round, acertou duros golpes com ele no chão e simplesmente parou, achando que o árbitro Herb Dean havia interrompido o embate. Só que a luta recomeçou e, desta vez, foi Miller quem quase acabou com a luta. Touquinho resistiu, foi melhor nos rounds seguintes, e levou a vantagem na decisão dos jurados.

O brasiliense Paulo Thiago, polical do BOPE, levantou as arquibancadas já na entrada. O ginásio inteiro cantou "Tropa de Elite", da banda Tihuana. Aos berros de "faca na caveira" e "pede pra sair", Thiago se impôs sobre americano David Mitchell e foi declarado o vencedor.

O estreante Erick Silva, ex-sparring de Anderson Silva, e o catarinense Thiago Tavares nocautaram seus adversário e também comemoraram o retorno do UFC ao Brasil.

Rio de Janeiro - Anderson Silva nocauteou quando quis. Maurício Shogun Rua provou que está de volta à velha forma. Antônio Rodrigo Minotauro Nogueira realizou o desejo de lutar e de vencer pela primeira vez no Brasil.

O UFC Rio foi assim. Depois de 13 anos longe do berço do esporte, o principal campeonato de artes marciais mistas (MMA) só poderia ter no cardápio vitórias e supremacia brasileira, acompanhados de boa dose de emoção. Os fãs que lotaram a HSBC Arena na noite deste sábado (27), no Rio de Janeiro, não se arrependeram de ver de perto o Ultimate Fighting Championship e voltaram para casa da mesma maneira que vieram: empolgados.

O motivo de tanta alegria é simples. Dos oito combates envolvendo brasileiros contra gringos, só um acabou em decepção. Na primeira luta do card principal, Luiz Banha Cané foi derrotado por nocaute técnico no primeiro round pelo invicto Stanislav Nedkov, da Bulgária. Mas o embate, válido pela categoria dos meio-pesados, foi exceção. Os donos da casa mandaram no octógono carioca, apoiado por um público que parecia estar no Maracanã - teve até "ola" e brados inspirados nos estádios.

O último deles foi para o campeão dos médios, o paulista radicado no Paraná Anderson Silva. "Ole, ole, ole, olá, Silva, Silva" ecoava pelo ginásio antes e depois de o lutador derrotar o japonês Yushin Okami, o último a lhe derrotar, cinco anos atrás. Sem problemas, Spider bateu sem dó no nipônico até ver o embate ser interrompido pelo árbitro Herb Dean no segundo round. "Nunca serão, nunca serão", brincou Silva, citando o bordão do filme "Tropa de Elite", para sintetizar seu domínio. Qual seu próximo passo, o próximo adversário, perguntou o lutador travestido de repórter Kenny Florian? Um clone, respondeu, com sua voz fina e tradicional falta de modéstia, e agora com o recorde de oito defesas de cinturão e 15 lutas de invencibilidade.

Para Maurício Shogun, a revanche contra Forrest Griffin era até mais importante do que o troco dado por Silva. Depois de perder o título dos meio-pesados para Jon Jones, em março, o paranaense foi questionado se poderia voltar lutar em alto nível. A resposta foi direta e reta. Ruim para o americano que, sem rumo, após ser martelado pelo adversário, foi direto para o vestiário. "O Shogun voltou, cantou a torcida". "Treinei duro, minha motivação é meu país", gritou o lutador, sem conseguir parar de sorrir.

Minotauro Nogueira, terceira estrela brasileira em ordem de importância na noite, também não escondeu a felicidade. Após ficar um ano sem competir devido a várias operações (no quadril e joelho) e meses sem poder andar, a lenda do MMA iria competir pela primeira vez no Brasil em 12 anos de carreira. Enfrentou o americano Brendan Schaub, sete anos mais jovem, e ganhou na especialidade do rival - em pé - ao invés de levar o confronto para o chão, onde seu jiu-jítsu é altamente perigoso. Nocaute para lavar a alma.

"Vim de três cirurgias, um ano parado, quatro meses e meio de muleta e só tive três meses de treinamento. Aceitei por causa de vocês [fãs]. Era minha luta de número 40 e a primeira em casa. Valeu gente", discurou "Big Nog", como o peso pesado é conhecido nos Estados Unidos.

Para completar o card principal, o peso leve Edson Barboza fez uma disputa acirrada com o inglês Ross Pearson e saiu vencedor em decisão dividida dos jurados. O carioca chegou a nove vitórias (e nenhuma derrota) e levou bônus de melhor luta da noite.

A próxima edição do UFC será em 24 de setembro, em Denver, nos Estados Unidos. Em jogo, o cinturão dos meio-pesados de Jon Jones. O experiente Quinton Rampage Jackson é o desafiante.

Resultados do UFC Rio:

Card PrincipalAnderson Silva venceu Yushin Okami por nocaute técnico no segundo roundMaurício Shogun Rua venceu Forrest Griffin por nocaute no primeiro roundEdson Barboza venceu x Ross Pearson em decisão divididaAntônio Minotauro Nogueira venceu Brendan Schaub por nocaute no primeiro roundStanislav Nedkov venceu Luiz Cané por nocaute técnico no primeiro round

Card PreliminarThiago Tavares venceu Spencer Fisher por nocaute técnico no segundo roundRousimar Toquinho Palhares venceu Dan Miller em decisão unânimePaulo Thiago venceu David Mitchell em decisão unânimeRaphael Assunção venceu Johnny Eduardo em decisão unânimeErick Silva venceu Luís Ramos por nocaute técnico no primeiro roundYuri Marajó venceu Felipe Sertanejo em decisão unânimeYves Jabouin venceu Ian Loveland em decisão dividida

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