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Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos apreciam a medalha de ouro paralímpica, a segunda da parceria formada por ex-adversários | Guilherme Taboada/ CPB
Dirceu Pinto e Eliseu dos Santos apreciam a medalha de ouro paralímpica, a segunda da parceria formada por ex-adversários| Foto: Guilherme Taboada/ CPB

Fora do pódio

A londrinense Márcia Menezes ficou em sexto lugar na disputa do halterofilismo, na categoria até 82,5 kg. No tiro esportivo, Carlos Garletti, radicado em Ponta Grossa, foi 19º na carabina (50 m).

Londres - Eliseu dos Santos e Dirceu Pinto se conheceram como adversários, em 2005. Dois anos depois, começaram efetivamente a atuar juntos na disputa de duplas da categoria BC4 da bocha paralímpica. Desde então, não encontraram adversários à altura. Ontem, o paranaense e o paulista conquistaram a medalha de ouro nos Jogos de Londres, a segunda consecutiva deles.

Na fórmula de sucesso da dupla, um dos ingredientes principais, segundo os bicampeões, é um "entrosamento a distância" desenvolvido por eles. Eliseu treina em Curitiba, enquanto Dirceu pratica o esporte em Mogi das Cruzes (SP). A grande maioria dos encontros pessoais da dupla ocorre somente em competições. Nada que atrapalhe o rendimento.

"Os trabalhos são feitos em cidades diferentes, mas vamos conversando e nossos técnicos estão em contato direto também para um saber como o outro [jogador] está. Na hora dos campeonatos, só acertamos os detalhes finais", conta Eliseu, natural de Telêmaco Borba.

"Quando eles se juntam, têm uma afinidade ímpar. Os dois apresentam um leque muito grande de estratégias e, quando um falha, o outro está lá para cobrir", diz o técnico da seleção Darlan Ciesielski, que acompanha a dupla desde que começaram a atuar juntos.

O trabalho em equipe funcionou mais uma vez na decisão da Paralimpíada, na capital inglesa. Os brasileiros abriram cinco pontos de vantagem na primeira metade do jogo diante dos tchecos Leos Lacina e Radek Prochazka. No fim, os adversários encostaram no placar ao marcarem três pontos, mas tiveram de se contentar mesmo com a prata.

Passada a disputa das duplas, os dois começam, já amanhã, a competir em busca da medalha de ouro no individual. Em Pequim-2008, eles acabaram se enfrentando na semifinal. Dirceu levou a melhor e depois subiu ao lugar mais alto do pódio. O paranaense Eliseu ficou com o bronze.

"Ele é como um irmão para mim. Na hora que entrar na partida um contra o outro, vou tentar ‘esquecer’ [a amizade] um pouco", brinca Dirceu. "Aquele que errar menos, vai levar a melhor", diz Eliseu, projetando o confronto verde-amarelo.

E quem vai ganhar? "Na China, ele ganhou. Agora é a minha vez de sair vencedor, certo?", fecha o paranaense, entre risos.

* O jornalista viajou a convite do Comitê Paralímpico Brasileiro

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