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Tiger Woods viu sua reputação antes irretocada ser arranhada pela traição | Timothy A. Clary/AFP
Tiger Woods viu sua reputação antes irretocada ser arranhada pela traição| Foto: Timothy A. Clary/AFP

Nas já quase duas semanas desde que a vida pessoal de Tiger Woods alimenta os tabloides, seu website se tornou uma espécie de assembleia pública sobre o comportamento extraconjugal do jogador de golfe. Mais de 22.000 comentários (a maioria deles de apoio, apesar de algumas recriminações) foram publicados depois que o es­­portista fez comentários vagos e ad­­mitiu ter realizado algumas "transgressões" e também ter desapontado sua família.

O escândalo sobre os possíveis deslizes de Woods aumentaram drasticamente o tráfego no site Ti­­gerWoods.com. Na semana que acabou em 29 de novembro – o dia que ele anunciou seu acidente de carro –, o número de usuários únicos atingiu a cifra estratosférica de 488.000 visitantes, de acordo com a Nielsen Online. No mesmo período, a cifra bateu os 89.000 internautas que visitaram o site BritneySpears.com. Já nas semanas anteriores, as que acabaram dia 8 e 15 de novembro, o site de Woods não registrou mais de 27.000 acessos. Na semana seguinte a essas, o número de visitantes foi baixo demais para ser registrado pela Nielsen.

O grá­­fico do Google Trends mos­­tra que o tráfego mundial para o site do jogador de golfe sempre foi linear de 2006 a 2008, exceto por picos durante as primaveras e verões, época que coincide com os jogos dos jogadores mais importantes do golfe.

"Em situações normais, os sites de atletas não possuem muito tráfego", declarou Andrew Lipsman, porta-voz da comScore, uma em­­presa de pesquisa on-line. Em ou­­tubro, o site TigerWoods.com teve 51.000 visitantes, de acordo com a comScore.

Um aspecto incomum do site é seu editor: Mark Soltau, um respeitado e antigo jornalista especializado em golfe e editor contribuinte da revista Golf Digest. Para realizar seu trabalho, Soltau consegue entrevistas com Woods que outros jornalistas evidentemente não conseguem. Os repórteres querem entrar nos bastidores, mas raramente chegam tão longe. Soltau se recusou a fazer comentários sobre sua relação com Woods.

Jerry Tarde, editor-geral da Golf Digest, revelou não considerar o papel de Soltau um problema jornalístico. "Mark Soltau é um editor que contribui para a Golf Digest, não um membro do quadro de funcionários", conforme apontou Tarde em um e-mail. Ele ainda disse que o trabalho de Soltau se restringia a comentários sobre Woods e a coluna sobre equipamentos "What’s in my bag?" (O que está na minha mala, em tradução livre).

Woods é considerado um "editor jogador" da revista, com a qual possui um contrato de participação de longa data. Tarde ainda declarou que não há planos de alterar o relacionamento em vista do escândalo. Woods estará na ca­­­pa da edição de janeiro, onde aparece em uma fotomontagem como carregador de tacos para o presidente Barack Obama. A manchete "10 di­­cas que Obama pode pegar com Ti­­ger" parece agora mais uma provocação. "A edição foi im­­pressa em 14 de novembro e o acidente de Tiger foi em 27 de novembro", in­­formou Tarde.

Woods irá, para muitos, ser visto pelo prisma das ações pessoais que atravessaram o escudo de sua privacidade e ameaçaram seu ca­­sa­­mento. É fácil perceber em seu site como tudo (o jogador de golfe, o homem e o escândalo) se mistura. Domingo passado, quando Jim Furyk ganhou o Campeonato Mun­­­­­dial, no qual Woods comparece, mas não participa, a matéria de Soltau recebeu147 comentários, quase todos sobre o escândalo.

Há poucas, o site era um local be­­nigno para que Woods tivesse seu cantinho na web. Este passado recente ainda é visível em seu blog, respostas às perguntas feitas ao "Dear Tiger", galerias de fotos, di­­cas sobre golfe, fotos retiradas de co­­­merciais, conselhos sobre boa forma, estatísticas de carreira e uma comparação "Tiger x Jack".

Para falar a verdade, nada na página TigerWoods.com sugere que o mundo do jogador está fora de ordem.

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