• Carregando...
Time de basquete do Círculo Militar durante treinamento no clube: faltam exemplos profissionais para os garotos se motivarem a seguir no esporte, e em Curitiba | Valterci Santos/ Gazeta do Povo
Time de basquete do Círculo Militar durante treinamento no clube: faltam exemplos profissionais para os garotos se motivarem a seguir no esporte, e em Curitiba| Foto: Valterci Santos/ Gazeta do Povo

Palácio de Cristal é pequeno

Nas dependências do Círculo Militar, o Palácio de Cristal, ginásio com capacidade para 2,3 mil pessoas, abarca anualmente cerca de 150 eventos esportivos.

Leia a matéria completa

Revelações

O Círculo Militar contabiliza vários atletas de destaque no esporte:

Giba

Eleito o melhor jogador de vôlei do mundo, é tetracampeão mundial e ouro olímpico em Atenas (2004) e prata em Pequim (2008).

Emanuel

Também campeão olímpico em Atenas-2004, e bronze em Pequim-2008, nove vezes campeão do Circuito Mundial de vôlei de praia.

Clésio

Primeiro parceiro de Emanuel, hoje é secretário de Esportes de São José dos Pinhais.

Filó

Medalhista de bronze na Olimpíada de Atlanta-1996. Foi dela o ponto que fechou a partida que assegurou o pódio. A filha Yasmin, 11 anos, faz parte das categorias de base do vôlei do clube.

Ana Volponi

Ex-jogadora do Rexona, time de vôlei de Curitiba que se transferiu para o Rio. Joga no time master do Círculo. As filhas gêmeas, Beatriz e Mariana, 11 anos, também treinam no clube.

Athos Schwantes

Líder do ranking nacional de esgrima, na modalidade espada. Representante do Brasil nos últimos dois Pan-Americanos (Santo Domingo-2003 e Rio-2007).

  • Referência no vôlei, o Círculo revelou nomes como Giba, Emanuel e Filó
  • Clube oferece academia e profissionais exclusivos para os atletas

O Círculo Militar do Paraná há décadas revela atletas, especialmente para o vôlei, basquete e esgrima nacionais, e comemora a volta de antigos medalhões à casa. Mas quer mais: ter sua própria equipe para disputar com a elite do país no vôlei ou no basquete. Ou nos dois. O que falta? Investidor e palco para as partidas – o espaço que o clube tem hoje é bom, mas precisaria ser maior para receber grandes jogos.

"Não devemos nada a clubes como o Sesi [de São Paulo, atual campeão da Superliga Masculina de vôlei] e o Minas Tênis Clube, os que mais têm a oferecer para os garotos da base", diz o técnico de vôlei Pedro Paulo Heskth, o Pedrão.

Por seus conselhos em quadra, já passaram os medalhistas olímpicos Giba, Emanuel e Filó, só para citar os mais badalados. E ele segue criando talentos para as seleções de base, como Guilherme Kachel e Lucas Wur.

No basquete, o clube abriga a integrante da comissão técnica da seleção sub-15 Fabíola Vila dos Santos e atletas como Aruzha Lima, Leonardo Demétrio e Daiane Sunamita.

"Estamos preocupados em formar atletas. Fazemos peneiradas, temos um programa [o Projeto Aquarela] para atletas que precisam de suporte financeiro. Contamos com a parceria com o [colégio] Dom Bosco, que oferece bolsas estudantis aos que se destacam", explica a vice-diretora de esportes de alto rendimento, Marisa Krieger.

Falta um time adulto com capacidade para competir com os melhores do país, seja na Superliga de vôlei ou no Novo Basquete Brasil (NBB), para dar sequência no trabalho com a base e manter os talentos em solo paranaense, em vez de brilharem em equipes paulistas, cariocas e mineiras.

Uma equipe no alto rendimento não sai barato: são necessários no mínimo R$ 500 mil para manter um time competitivo por temporada. O clube busca alternativas para ampliar os investimentos, mas enfrenta dificuldades de encontrar parceiros – além do Dom Bosco – para projetos a longo prazo. "Há dois meses tivemos aprovado um projeto na Lei de Incentivo, de R$ 300 mil, para a compra de material esportivo, mas não achamos onde captar", diz o coordenador esportivo Reinaldo Campos Silva, lamentando a falta de uma empresa interessada em colocar dinheiro recebendo em troca isenção de impostos.

Ainda sem conseguir manter os talentos, o Círculo Militar pelo menos consegue prolongar a carreira local das promessas. O ponteiro Giba, 34 anos, da seleção brasileira de vôlei, por exemplo, deixou o Paraná aos 16 anos. Já o oposto Lucas Wur, 16 anos, convocado para a seleção infanto-juvenil, diz não ter motivos para deixar o clube antes dos 18. "Sei que posso ficar até terminar o Ensino Médio, em uma equipe que me oferece o melhor para tirar o melhor do meu voleibol", diz.

Estrutura

Para as equipes de vôlei e basquete, o Círculo tem três quadras de treinos, oito técnicos, sala e profissionais de educação física exclusivos para os atletas, fisioterapeutas e preparadores físicos. Não à toa, cada peneirada atrai entre 230 e 320 aspirantes, muitos de fora da cidade. São escolhidos, em média, 70 atletas por ano. Os times raramente ficam fora do pódio nas competições regionais em qualquer categoria.

Os atletas também participam de intercâmbios. Anualmente, o vôlei sub-15 recebe times chilenos em janeiro. Em junho, é a vez dos curitibanos treinarem no Chile. Este ano o projeto se estende ao sub-13 do basquete, que prepara as malas para uma temporada, em junho, na Argentina.

Outro destaque, ressalta o presidente do clube, coronel João Almeida, é a esgrima, com Athos Schwantes, representante brasileiro na espada nos dois últimos Pan-Americanos: "Eles chamam a atenção da molecada, que começa a treinar aqui".

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]