Sob pressão da torcida, técnico evita falar sobre o seu futuro

• 0

"Nossa equipe não existiu. Se vocês (jornalistas) fizerem cem perguntas criticando eu vou concordar com todas". Foi assim, sem meias palavras, que o técnico Vadão comentou o desastre do Atlético ontem, na Arena. O Furacão foi humilhado por 3 a 0 pelo Goiás e completou o terceiro jogo seguido sem vitória no Brasileiro.

O técnico, que está na sua terceira passagem pelo clube, disse que essa foi a pior apresentação rubro-negra desde que ele chegou, há dez meses. Provavelmente, foi a pior somando também os outros dois trabalhos do treinador, que agora se vê seriamente ameaçado no cargo.

Afinal, as eliminações dentro de casa no Paranaense e na Copa do Brasil – para o Paraná e o Fluminense, respectivamente – somados ao atual momento já esgotaram a paciência da torcida.

"Isso é com a diretoria. Não comento esse assunto", esquiva-se Vadão sobre a possibilidade de deixar o comando atleticano. Mas, quando questionado sobre providências em relação aos jogadores, ele foi mais claro. "Alguma coisa vai acontecer. Do jeito que foi (a derrota) não dá para ficar", avisa.

Ontem, os gritos de "Fora, Vadão", comuns nos últimos jogos no Joaquim Américo, até que demoraram para aparecer. Somente quando o placar já apontava 2 a 0 para os visitantes e o técnico demorou mais de três minutos (entre os 22 e 25 do segundo tempo) para decidir quem entrava no lugar do contundido João Leonardo, deixando o time com um a menos, é que a ira das arquibancadas começou.

"Precisei parar e raciocinar para ver quem iria entrar (a escolha foi pelo colombiano Dayro Moreno). Fui pego de surpresa pela contusão do João Leonardo. Iria fazer outra substituição", tenta explicar.

Contra o Goiás, Vadão queria um bom começo para uma série de cinco jogos (além do de ontem, Fluminense, Palmeiras, Paraná e Náutico) onde planejava 60% de aproveitamento. Agora, resta saber se terá a chance de continuar tentando chegar à meta.

Mudanças à vista?

Ontem à noite, a cúpula atleticana se reuniu para discutir o momento atual da equipe. Não está descartada a saída do técnico Oswaldo Alvarez. Durante a partida, um grupo de torcedores gritou o nome de Geninho, campeão brasileiro em 2001 e atualmente sem clube. Outra hipótese seria a vinda do uruguaio Gustavo Matosas, ex-jogador do Atlético e atual treinador do Danúbio-URU.

As chaves do jogo

Inútil

Vadão muda o esquema ainda no primeiro tempo, do 3–5–2 para o 4–4–2, mas não dá certo. O Goiás vai para o intervalo em vantagem.

Desperdício

Na primeira chance de gol, com Edno, aos 44 do primeiro tempo, o Furacão dá o azar de o rebote cair nos pés de Evandro e Alan Bahia, que desperdiçam as chances.

Deu branco

Vadão demora para substituir João Leonardo. A paciência da torcida, que estava por um fiapo, se esgota de vez.