Sob sigilo, mala branca ganha importância na rodada decisiva

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O futebol vive cercado por dogmas. Tão verdadeira quanto a desgastada "clássico não tem favorito" é a história da mala branca. Sempre que um time chega à fase derradeira do campeonato precisando da ajuda de terceiros para ficar com o título – ou fugir do rebaixamento –, despacha imediatamente uma oferta financeira como forma de incentivar o co-irmão.

O assunto voltou à tona com as últimas rodadas do Estadual. Ninguém fala abertamente, mas, nos bastidores, é dada como certa a existência da mala. Há quem garanta, por exemplo, que a atuação do Iraty na vitória por 1 a 0 sobre o Coritiba (19/4) foi influenciada pela premiação extra. O resultado diminuiu consideravelmente as chances de o Alviverde ser campeão no ano do centenário. No Azulão, a informação é negada. A correria teria relação com uma bronca dada pelo presidente Sérgio Malucelli nos jogadores antes da partida.

Raciocínio semelhante vale no Nacional. O comentário recorrente era de que o time de Rolândia teria recebido um incentivo do Atlético para bater o J. Malucelli, concorrente do Rubro-Negro pelo título. "Procura isso aí para mim, urgente. Está todo mundo falando, mas não chegou nada até nós", afirmou o técnico Gilberto Pereira.

No próximo fim de semana, o NAC encara o Coritiba, outro candidato à volta olímpica. Gratificações de Atlético e J. Malucelli não estão descartadas. "Desde que seja para ganhar, é bem-vindo. O que não vale é baixaria", diz Pereira, fazendo referência à mala preta – oferta para a equipe perder.

O Cianorte, adversário do Atlético, também é alvo das atenções. Pessoas próximas ao Coritiba garantem que a mala branca será oferecida. Fala-se, extraoficialmente, em algo em torno de R$ 50 mil. "É ruim ter um dinheiro a mais aí?", perguntou o técnico Ivo Secchi à reportagem. "Então, o ser humano é igual em todo lugar", emendou, frisando que a obrigação do time é terminar bem o campeonato, de preferência com um triunfo sobre o líder da competição.

"Vamos lutar com dignidade, sempre", ressalta o gerente de futebol Adir Kist.