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Zetti diz não haver favoritismo no clássico | Daniel Castellano / Gazeta do Povo
Zetti diz não haver favoritismo no clássico| Foto: Daniel Castellano / Gazeta do Povo

O clássico é tipicamente curitibano, disputado entre moradores da mesma rua até. Porém, o Paraná e Atlético desta tarde, na Vila Capanema, tem um quê do interior paulista. Tudo por causa do sotaque que entrega a origem de Armelino Donizetti Quagliato e Oswaldo Fumeiro Alvarez. O paranista Zetti, nascido em Porto Feliz; o rubro-negro Vadão, de Monte Azul Paulista.

Além do jeito inconfundível de pronunciar a palavra porta, há em comum entre os dois a maneira serena de conduzir os elencos. Numa época em que a arbitragem virou o alvo predileto – e a desculpa perfeita – dos técnicos, a maneira tranqüila dos conterrâneos se portarem à beira do gramado surpreende.

"O Vadão é excelente. Estuda muito e está sempre observando os detalhes, o que faz toda a diferença durante uma partida. Conheço ele mais de conversas. Nunca trabalhamos juntos, mas temos amigos em comum e sei que se trata de uma pessoa fantástica", elogiou Zetti, mais jovem e de currículo por enquanto modesto em comparação ao treinador atleticano – os destaques são o vice-campeonato estadual pelo Paulista de Jundiaí e o acesso à Série A do Brasileiro com o Fortaleza em 2004.

Revelado no cenário nacional pelo carrossel caipira do Mogi Mirim de Rivaldo, Válber e Leto em 1992 – época na qual enfrentou algumas vezes o então goleiro são-paulino Zetti –, Vadão se vê um pouco no iniciante técnico paranista. "É um cara íntegro. Pena que no futebol brasileiro quem é leal, honesto, é visto como trouxa. O Zetti sabe conduzir o grupo com tranqüilidade, não precisa ficar polemizando em entrevistas nem dando show no campo", opinou.

O cargo de Vadão por pouco não foi ocupado em 2005 pelo adversário de hoje. "Chegamos a acertar, mas na verdade o motivo de não ter dado certo não foi o que saiu na imprensa na época, que eu me sentia despreparado. O problema foi que um empresário se atravessou e atrapalhou toda a história", contou Zetti, que no fim das contas considerou bom ter tido tempo para adquirir mais conhecimentos teóricos.

"Estudei neste período. Consegui fazer muita coisa, rodar pelo Brasil. Agora a minha oportunidade é no Paraná, procurando fazer o melhor para levar o clube a uma boa posição, internacional inclusive."

Se Zetti ganhou em dois meses a admiração dos paranistas, a postura e os resultados fazem de Vadão quase uma unanimidade na Baixada. Responsável por colocar o Atlético pela primeira vez na Libertadores com o título da seletiva em 1999, depois de rodar pelo interior paulista, o conceito ante a torcida do técnico, que voltou depois de passagens mais importantes por Corinthians, São Paulo, futebol japonês e Ponte Preta, só perde para o do campeão brasileiro Geninho.

"Precisamos jogar bem, melhor do que o adversário, para vencê-los e passá-los na classificação", comentou ontem, usando a linguagem simples e objetiva da terra natal.

Em Curitiba

Paraná x Atlético

Paraná

Flávio; André Luiz, Daniel Marques, Neguette e Egídio; Goiano (Xaves), Beto, Gerson e Dinélson (Joélson ou Éverton); Lima e Josiel.Técnico: Zetti.

Atlético

Cléber; Jancarlos, Danilo, Marcão e Michel; Erandir, Alan Bahia (Cristian), Evandro e Ferreira; Dênis Marques e Alex Mineiro.Técnico: Vadão.

Estádio: Vila Capanema. Horário: 16h. Árbitro: Evandro Rogério Roman. Auxiliares: José Amílton Pontarolo e Altair Luiz Daghetti.

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