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A primeira etapa do "caso bruxo" – maior escândalo de corrupção do futebol paranaense – ganha enfim um ponto final. O processo, com sete volumes e 1.454 páginas de denúncias, será julgado hoje em última instância pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).

Ao todo, 13 pessoas devem ser banidas do esporte. Elas são acusadas de manipulação de resultados. Uma história que se arrasta desde agosto do ano passado, quando veio à tona o primeiro indício de desvio no apito.

No banco dos réus estarão os juízes Antônio Salazar Moreno, Marcos Tadeu Mafra e Sandro da Rocha. Assim como o diretor da Federação Paranaense de Futebol e braço-direito de Onaireves Moura, o dirigente Johelson Pissaia.

A lista segue com os cartolas Sílvio Gubert (do Operário), Gílson Pacheco (Marechal), Genézio Camargos (Foz) e José Francisco de Oliveira (ex-árbitro). Todos esses já haviam sido punidos pelo TJD-PR, em outubro de 2005.

Mas até mesmo os absolvidos em primeiro grau podem sofrer a eliminação esta tarde, a partir das 16 horas – em audiência que deve suceder a eleição de Rubens Approbato como novo presidente do STJD.

Nesta situação encontram-se: Carlos Jack Rodrigues Magno (juiz recém-aposentado), Amorety da Cruz (presidente do sindicato dos árbitros), Fernando Homann, Valdir de Souza e Antônio Carvalho (ex-diretores de arbitragem da FPF).

"Já emiti uma orientação favorável à condenação de todos os citados. Houve um erro no primeiro julgamento. Puniu-se quem recebeu dinheiro de forma ilícita (para contaminar partidas) e não quem pagou. Definitivamente, todos têm responsabilidade nesse triste episódio", diz o paranaense Alexandre Quadros, procurador do STJD designado para esse processo (leia entrevista nesta página).

Tal parecer só teria menor influência sob os auditores, membros do tribunal com direito a voto, do que a opinião do relator – figura responsável pela análise completa dos autos. Essa responsabilidade coube ao mineiro Eduardo Machado Costa.

"Milito há 25 anos na justiça esportiva e nunca vi um material tão vasto como esse. Estou há dias debruçado na leitura do caso bruxo", abre ele, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, mas sem antecipar sua impressão. "Se eu fizer isso, jogo por água abaixo todo o meu trabalho."

Na linha de defesa dos acusados, haverá uma dura crítica ao trabalho de apuração e atuação jurídica do TJD-PR. De acordo como o advogado Domingos Moro, contratado pela maioria dos réus, a argumentação passa pelos possíveis abusos ocorridos na esfera local.

"Irei lembrar dos erros processuais. Minha postura será meramente técnica. Tudo ocorreu de forma equivocada em matéria de direito", destaca o defensor. "Farei o impossível... Agora, ganhando ou perdendo, sábado irei ao show dos Rolling Stones", brinca.

Ao contrário da sessão inaugural, com aproximadamente 17 horas de duração, agora estima-se que o veredicto saia no máximo em quatro horas.

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