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As dúvidas que pairam sobre Stock Car em 2006 devem começar a se dissipar hoje, a partir das 13 horas. Quando for dada a largada para a primeira prova da temporada, em Interlagos, se poderá ter o primeiro panorama sobre o reflexo das novas regras na categoria mais importante do automobilismo brasileiro.

A idéia dos organizadores, televisão e patrocinadores com as mudanças é fazer deste o ano mais competitivo da categoria desde a sua criação, em 1979. Para isso, foram analisados vários modelos de competições lá de fora até se chegar a um híbrido brazuca.

Da Nascar, veio o sistema de playoffs, que praticamente divide a temporada em dois campeonatos. O primeiro, um classificatório de oito corridas. Daí, embora todos os 41 pilotos continuem, apenas os dez primeiros colocados na classificação terão chances de brigar pelo título. Eles receberão a pontuação de uma corrida normal de acordo com a colocação de cada uma até ali (25 pontos para o 1.º, 20 para o 2.º, 16 para o 3.º...), e partirão para a competição particular.

Da Fórmula 1, a cópia foi dos treinos, com a chamada superpole. Até o ano passado cada piloto da Stock andava sozinho na pista por apenas três voltas. Agora, os 37 carros correrão juntos em três treinos de 45 minutos. Os dez melhores tempos voltam para a pista ao mesmo tempo e decidem, em dez minutos, as primeiras posições no grid.

Contudo, mesmo com o discurso do aumento da competitividade, o pensamento dominante entre os pilotos é que a temporada ainda é uma incógnita. Há quem goste, há quem tenha muitas restrições, mas todos parecem desconfiados.

"Tem de esperar para ver. Por enquanto acho que é uma faca de dois gumes. A intenção é fazer com que a temporada seja decidida na última prova. Mas se alguém ganhar logo as duas primeiras do playoff, poderá ser campeão já na penúltima corrida", afirma Ingo Hoffmann, 52 anos.

Com a experiência de ser o maior vencedor da categoria – tem 12 títulos – o ‘dinossauro’ está mais preocupado com os treinos classificatórios. "São três sessões com todo mundo junto e terá de haver um controle técnico muito bom disso. Senão haverão muitas irregularidades", afirma, puxando um coro quase unânime.

"A classificação virou quase uma competição à parte. Mas, tecnicamente falando, a vistoria dos carros pode ser um problema. É um perigo muito grande, mas faz parte do jogo", complemente Luciano Burti, da Actino Power.

Para Cacá Bueno, o atual vice-campeão, a desconfiança se estende aos playoffs. "Foi inspirado na Nascar, só que lá eles têm 36 provas. Aqui a nossa temporada já era quase um playoff. Agora, eu prefiro ganhar uma no começo e as quatro do final", brinca, sobre a nova estratégia.

As dúvidas quanto aos playoffs ainda demorarão seis meses para ser sanadas. Já no caso dos treinos, a fiscalização ocorreu da mesma forma do antidoping no futebol: por uma espécie de sorteio. Por enquanto, ainda não houve confusão.

A prova será transmitida ao vivo pela SporTv, às 13 horas.

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