Sucessão de erros fazem o Coritiba desmoronar

• 0

O Coritiba não é mais o líder da Série B. A derrota de ontem para o Brasiliense por 2 a 0 torna-se ainda mais dolorida se levada em consideração que o time perdeu seu principal aliado na busca por uma vaga na Primeira Divisão de 2007: o Couto Pereira.

Junto com a primeira colocação foi embora uma invencibilidade em casa que completaria hoje 10 meses. Desde o revés ante o Corinthians por 1 a 0, no dia 13 de novembro do ano passado, o clube não era batido no Alto da Glória. Foram 17 vitórias e 7 empates (80,5% de aproveitamento) até o time do ex-senador Luiz Estevão confirmar a fama de principal carrasco alviverde nos últimos anos.

Se na temporada 2005 o Jacaré contribuiu de forma decisiva no rebaixamento coxa, ao estragar a festa de 20 anos pela conquista do título brasileiro de 1985 segurando um empate por 1 a 1 em Curitiba – mesmo placar do jogo disputado no Distrito Federal no returno –, nesta temporada a equipe deu início à crise que derrubou o ex-técnico Estevam Soares. A partir da goleada por 4 a 1 (pior derrota do Coritiba no ano), a diretoria intensificou os contatos para recontratar Paulo Bonamigo, o responsável por conquistar o título paranaense de forma invicta em 2003 e por levar o clube à Libertadores de 2004.

A quebra na seqüência de seis triunfos seguidos dentro do Alto da Glória nesta Segundona apenas comprovou que o Coxa não é mais o mesmo. Pressionado no posto de alvo a ser batido, a equipe não faz sombra àquela que há pouco mais de duas semanas comemorava o simbólico título de campeão de inverno ao vencer de virada o Avaí em Florianópolis.

Inseguro, o Alviverde conquistou apenas quatro pontos na metade final do campeonato – desempenho de 33% que não chega nem perto dos 60% calculado pelo clube para voltar à elite do futebol brasileiro.

O revés que derrubou o time para a segunda posição com 39 pontos, dois a menos que o novo líder Náutico, evidenciou os erros que têm angustiado o torcedor nas últimas rodadas. Outra vez o ataque falhou. Repetindo o drama das partidas contra Guarani e Portuguesa, a linha de frente perdeu um sem número de gols. Nem William nem Alberto. Nem Eanes nem Edu Sales. Os nomes mudam, mas a incapacidade de conclusão permanece, irritando os coxas-brancas, que após muito tempo de comunhão com o time, descontaram suas raivas em forma de vaias e xingamentos.

Mas não é só o ataque que está precisando de um divã urgente. Do meio para trás o Coritiba também se desconfigurou. O time não se entende mais desde a saída do experiente zagueiro Índio, por contusão, há quatro rodadas. O Brasiliense apenas de beneficiou das lambanças do Coxa. No primeiro gol, Jackson e Peruíbe falharam, dando condição para o meia Rafael Toledo marcar. No segundo, de Johnes, foi a vez de o ala-direito Luís Paulo ser o algoz ao errar um passe. Criticado, Cristian ainda chutou na travessão o pênalti e a chance de a equipe reagir. "Vacilamos. Erramos muito", simplificou o volante Paulo Miranda.

* * * * * *

Em CuritibaCoritiba 0 x 2 Brasiliense

CoritibaArtur; Luís Paulo, Henrique, Marcelo Batatais e Ricardinho; Peruíbe (Rodrigo Batata), Paulo Miranda, Jackson e Cristian; Eanes (Edu Sales) e William (Alberto). Técnico: Paulo Bonamigo.

BrasilienseAlexandre Fávaro; Patrick (Bruno Soares), Gérson (Rafael), Jairo e Kabrini; Deda, Agenor, Rafael Toledo e Allan Delon; Warley e Johnes (Oliveira). Técnico: Jair Picerni.

Estádio: Couto Pereira. Árbitro: Jefferson Schmidt (SC). Gols: Rafael Toledo (B) aos 14’ e Johnes (B) aos 41’ do 1.º tempo. Público: 11.480 pagantes (13.666 total). Renda: R$ 124.900,00. Amarelos: Marcelo Batatais (C); Gérson, Kabrini, Rafael Toledo e Jonhes (B).