Suíça abre ação criminal contra Joseph Blatter

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O Ministério Público da Suíça abriu processo criminal contra o presidente da Fifa, Joseph Blatter, por suspeita de “gestão desleal”, “apropriação indevida de recursos” e de ter agido “contra o interesse da Fifa”. Além disso, fez operação policial na sede da entidade e a deixa sem um governo efetivo. Blatter pode pegar até 10 anos de prisão. Com isso, cresce a pressão para que ele deixe o cargo.

A reportagem apurou que Blatter reuniu seus aliados para pedir que fosse poupado de uma humilhação, como um afastamento imediato por exigência do Comitê de Ética. Ele passaria o fim de semana avaliando a sua saída.

A operação deixa ainda mais debilitada uma entidade que já afastou seu secretário-geral, Jérôme Valcke, tem seus vice-presidentes presos e não pode realizar reuniões fora da Suíça sob o risco de detenção de seus cartolas. Blatter evita viajar desde maio, temendo ser preso no exterior a pedido do FBI. Agora, o processo é em seu próprio país.

Fontes do alto escalão da Fifa confirmaram que, por enquanto, não iriam expulsar o dirigente, sob a alegação de que ele primeiro precisaria ser indiciado. O comportamento foi duramente criticado, já que é radicalmente diferente do que foi adotado em relação à Valcke, que foi afastado de forma sumária diante das denúncias na imprensa.

Uma das suspeitas que recaem sobre Blatter se refere à venda de direitos de televisão da Copa do Mundo para a União Caribenha de Futebol, a federação local. Blatter repassou os direitos dos Mundiais de 2010 e 2014 a Jack Warner, seu ex-vice-presidente e presidente da União Caribenha em 2005 por US$ 600 mil. Dois anos depois, Warner revendeu os direitos para a televisão da Jamaica, SportsMax, por um valor de até US$ 20 milhões. O contrato assinado por Blatter, portanto, tinha apenas 3% do valor real do contrato final. “Existe a suspeita de que ele agiu contra os interesses da Fifa”, disse o MP. Um pagamento de 2 milhões de francos suíços para Michel Platini, presidente da Uefa, também está sendo investigado.