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A 13ª edição do Mundial de Esportes Aquáticos, em Roma, vai entrar para a história. Não apenas pela enorme quantidade de atletas (mais de 2 mil) e países participantes (183) ou pela presença do maior atleta olímpico, o americano Michael Phelps. A competição de 2009 também será lembrada por um personagem não de carne e osso, mas de poliuretano. Das 40 provas, 31 ganharam novos recordes mundiais. Foram 43 batidos com a ajuda dos novos trajes, mas alguns deles caíram mais de uma vez na piscina do Foro Itálico. Com a proibição a partir de 2010, fica difícil prever por quanto tempo essas marcas vão perdurar.

Em comparação com o último Mundial, em Melbourne-2007, Roma viu 29 recordes mundiais a mais serem quebrados. Na edição australiana, apenas 14 foram superados e, antes disso, em Montreal, foram nove. Com o quadro atualizado ao fim do Mundial de Roma, apenas seis provas masculinas e duas femininas permanecem iguais. As outras 32 foram atualizadas com novos tempos conquistados em Roma.

Nesta edição, todos os nadadores tiveram acesso aos trajes modernos, já que a Federação Internacional de Natação (Fina) estipulou que todos teriam direito de receber uma peça. Com isso, o que se viu na piscina foi um desfile das principais marcas. Difícil era encontrar alguém de sunga. O Jaked 01 e o Arena X-Glide foram os que fizeram mais sucesso e dominaram quase todos os recordes. Michael Phelps foi um dos poucos que optaram pelo já ultrapassado LZR Racer. Mesmo assim, ele garantiu cinco ouros.

A festa dos supermaiôs está com os dias contados. A Fina anunciou que os trajes feitos de poliuretano serão proibidos a partir de 2010. A decisão dividiu opiniões e criou um novo dilema: sem a ajuda dos maiôs, os recordes atuais vão se eternizar?

"Eu acredito que esses resultados podem continuar servindo de parâmetro, mas ainda acho que o cara é mais importante que a roupa. As gerações estão aí, tem muita gente nova. A tendência é que os resultados melhorem", opinou Ricardo de Moura, supervisor técnico da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos.

O nadador brasileiro Thiago Pereira, no entanto, não tem a mesma opinião do supervisor técnico. Para ele, com o fim dos maiôs de poliuretano, os recordes vão permanecer por muito anos.

"Quando tirarem os maiôs, os recordes mundiais vão ficar fora do normal. A galera vai demorar talvez dois ciclos olímpicos para poder voltar a ficar perto", comentou Thiago, que aprovou a decisão da Fina.

No Mundial de Roma, César Cielo conquistou dois ouros (50m e 100m livre) e bateu um recorde mundial (nos 100m) vestindo o novo modelo da Arena, o X-Glide. O maior nadador brasileiro da história acredita que as marcas serão superadas, ainda que leve um bom tempo.

"O mais importante é que sabemos como fazer. Não vamos fazer esses tempos agora, mas sabemos como. Vou continuar dando o meu melhor. Vou me preocupar com a técnica e em ser rápido", disse o astro brasileiro.

Recordes mundiais que resistiram a Roma

1500m livre - Grant Hackett (AUS) - 14m34s56 - 29/07/2001 - Fukuoka (JAP)1500m livre - Kate Ziegler (EUA) - 15m42s54 - 17/06/2007 - Califórnia (EUA)400m medley - Stephanie Rice (AUS) - 4m29s45 - 10/08/2008 - Pequim (CHN)400m medley - Michael Phelps (EUA) - 4m03s84 - 10/08/2008 - Pequim (CHN)Revezamento 4x100m livre - Estados Unidos - 3m08s24 - 11/08/2008 - Pequim (CHN)800m livre - Rebecca Adlington (GBR) - 8m14s10 - 16/08/2008 - Pequim (CHN)50m borboleta - Rafael Muñoz (ESP) - 22s43 - 05/04/2009 - Málaga (ESP)50m livre - Fred Bousquet (FRA) - 20s94 - 20/04/2009 - Montpellier (FRA)100m costas - Aaron Peirsol (EUA) - 51s94 - 08/07/2009 - Indianápolis (EUA)

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