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| Foto: Daniel Castellano/Gazeta do Povo

A Gazeta do Povo perguntou a jogadores do trio de ferro: o que é o supermando?

"Super o quê? Supermando é o primeiro colocado da primeira fase que sai com dois pontos na frente e joga oito partidas em casa na segunda fase."Alex Mineiro, atacante do Atlético.

"Supermando? Tenho uma ideia mas não estou lembrado."Paulo Baier, meia do Atlético.

"Super quem? Não sei."Claiton, volante do Atlético.

"Supermando? São os dois pontos? É o 1º lugar na 1ª fase."Marcos Aurélio, atacante do Coritiba.

"É a vantagem de jogar todas em casa na segunda fase se for líder na primeira."Jéci, zagueiro do Coritiba.

"É como ano passado, o melhor classificado na primeira fase além de ganhar dois pontos pra fase seguinte joga todos os jogos da segunda fase no seu estádio."Rodrigo Heffner, lateral do Coritiba.

"Como? Supermano? Ah, Supermando. Não sei."Márcio Diogo, meia do Paraná.

"É aquilo que quem ficar bem pode jogar seis em casa."Marcelo Toscano, atacante do Paraná.

"Eu ouvi quando cheguei. É uma lambança, eu até brinquei que poderia manter os mandos de campo para o primeiro, mas não os pontos."Juninho, goleiro do Paraná.

Ridículo". "Esdrúxulo". "Vergonha". É assim que dirigentes e treinadores do estado definiram o artigo 9.º do Campeonato Paranaense, que atribui o mando de campo no octogonal final ao time de melhor campanha na fase anterior. Depois de um erro de redação, quatro julgamentos, uma ação na Justiça comum e muitas reuniões para tentar alterá-lo, o supermando foi mantido. "Não temos o que fazer, agora é relaxar e gozar", resumiu o vice-presidente do Conselho Administrativo do Coritiba, Vilson Ribeiro de An­­dra­de, parafraseando a ex-ministra do Turismo Marta Suplicy no ápice do caos aéreo.

Em 2009, quando era o líder da primeira fase do Paranaense, o Rubro-Negro entrou com uma ação no STJD para fazer valer o supermando. O tribunal acatou e o Furacão jogou todas as sete partidas da fase final na Arena da Baixada. A vantagem colaborou – e muito – para o título atleticano. Sabendo disso, o clube quer mais uma vez se aproveitar dessa situação. "No ano passado o supermando nos ajudou, por isso agora, mais do que nunca, vamos brigar para ficar novamente em primeiro", garante o presidente Marcos Malucelli.

Ao contrário do ano passado, todos os clubes já começam o Es­­tadual sabendo do peso extra dado à fase de classificação. Por isso, muitas equipes, especialmente as do interior, traçaram objetivos muito parecidos para garantir pelo menos algumas partidas em seus domínios. "A nossa ideia é ficar em quarto lugar para jogarmos quatro jogos em casa. Nossa torcida é grande e merece isso", afirma o presidente do Operário, Carlos Roberto Iurk. "Nós gastamos R$ 60 mil para reformar o (estádio) João Cavalcante de Menezes e por isso temos de estar entre os cinco melhores para não ficar no prejuízo", emenda Luiz Linhares, presidente do En­­ge­­nheiro Beltrão, que dez dias antes do início do campeonato pediu, sem sucesso, a revisão do questionado artigo.

Mas, nem todos pensam assim. Nesse Paranaense quatro equipes serão rebaixadas para a Divisão de Acesso, o que leva alguns cartolas a pensar apenas na manutenção na elite do futebol estadual. "O campeonato vai ser um pouco diferente, por isso temos de ficar pelo menos na nona ou décima colocação", diz Irno Picinini, presidente do Toledo. "Como ainda temos dívidas que giram em torno de R$ 200 mil, nosso primeiro objetivo é nos mantermos na primeira divisão", explica o mandatário do Cascavel, Ney Victor.

Porém, outra disputa também deve movimentar os bastidores desse Paranaense: a luta pelo nono lugar. Assim como o Paranavaí, que no ano passado foi o último classificado, jogou oito partidas da segunda fase longe de casa e acumulou prejuízo de R$ 150 mil, outras equipes não querem ver seus gastos extrapolarem por conta do Supermando. "Se for para ficar em oitavo, vale mais a pena ser eliminado, porque só vamos ter despesas", afirma Joel Malucelli, presidente de honra do Corinthians Paranaense.

O vice-presidente do Serrano, Paulo Guedes, vai mais longe e pede que a Federação Paranaense de Futebol (FPF) fique de olho nessa disputa. "A gente sabe que vão ter equipes que brigarão para ficar em nono", diz. No entanto, mesmo começando o Estadual pagando dívidas da temporada anterior, o diretor de futebol do Paranavaí, Lourival Furquin, ainda prefere garantir presença na fase decisiva do campeonato. "Vamos brigar porque nos dá chance de título, mas a FPF terá de ajudar quem ficar em oitavo", pede.

O orçamento de um clube do interior é de em média R$ 400 mil para todo o Campeonato Parana­ense. Sabendo disso, a Federação Paranaense de Futebol garante que vai dar auxílio às equipes que tiverem dificuldades, especialmente na segunda fase. "A Fede­­ração sempre vai ajudar seus filiados, claro dentro das possibilidades", garantiu o presidente da en­­tidade, Hélio Cury.

Outro reforço virá da receita de televisão. De um montante de R$ 4 milhões pagos pela exibição dos jogos em canal aberto e fechado, R$ 170 mil vão para cada clube do interior e R$ 650 mil para o trio de ferro.

A polêmica do supermando en­­cobre outro aspecto positivo do Para­naense. Pelo segundo ano consecutivo o número de participantes diminui – de 15 para 14. Ano que vem serão 12.

"O campeonato está começando a ganhar característica de um campeonato rentável. A diminuição no número de equipes nesse ano é muito boa, porque torna a competição mais acirrada", disse Adir Kist, gerente de futebol do Cianorte.

Com o número reduzido, a fór­mu­la de disputa para 2011 será di­ferente. Pontos corridos, nos mol­des do Brasileiro, ou dois turnos, co­­mo no Carioca, são as opções principais para quando, enfim, o futebol para­­naense livrar-se do su­­per­mando.

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